A pesquisa envolveu a realização de um estágio de duas residentes psicólogas do Programa Multiprofissional em Saúde da Família com Ênfase em Saúde da População do Campo da Fundação Oswaldo Cruz - Brasília, no Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde - Cerpis, um equipamento de atenção primária da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O foco principal foi facilitar vivências terapêuticas e educativas envolvendo plantas medicinais e saúde mental. Esta experiência ocorreu em maio de 2024 e foi orientada pela promoção de interações comunitárias e fortalecimento do autocuidado entre os usuários do Cerpis, através de atividades como grupos terapêuticos e práticas integrativas em saúde. Durante o estágio, foram facilitadas duas oficinas, nas quais 15 mulheres entre 35 e 70 anos foram convidadas a compartilhar suas experiências e processos de saúde e adoecimento mental. Utilizaram-se dinâmicas de integração para criar um ambiente acolhedor e facilitar a comunicação entre os membros do grupo, com o objetivo de identificar coletivamente questões específicas de saúde mental e bem-estar a serem abordadas ao longo das oficinas. Um dos aspectos centrais foi a troca de saberes sobre plantas medicinais. Os participantes foram incentivados à construção participativa e compartilhada de conhecimentos sobre o uso e benefícios das plantas medicinais em seu cotidiano de autocuidado. Este diálogo enriqueceu o entendimento coletivo sobre o potencial terapêutico das plantas e inspirou novas abordagens para o manejo integrativo de questões de saúde. Além disso, as oficinas incluíram a prática do escalda pés como uma forma tangível de explorar os benefícios das plantas medicinais. Os participantes foram envolvidos na colheita das plantas disponíveis no Cerpis, promovendo uma conexão direta com o ambiente e estimulando uma relação consciente com a natureza. Eles também participaram ativamente na construção do material e no preparo da prática de escalda-pés, que não apenas proporcionou benefícios físicos como relaxamento e alívio de tensões musculares, mas também ofereceu um espaço para meditação guiada. Durante as atividades, observou-se o exercício da autonomia e apropriação dos conhecimentos pelos participantes, que contribuíram na construção dos fluxos de conhecimento teórico e empírico das estratégias de promoção de saúde mental através da fitoterapia, na escolha das plantas e seus usos tradicionais. Em suma, conclui-se que os Centros de Práticas Integrativas oferecem uma oportunidade significativa para explorar e aplicar práticas de educação popular em saúde, especialmente através do uso de plantas medicinais. Facilitar grupos terapêuticos e promover o autocuidado através das PICS demonstrou-se uma intervenção potente em saúde mental.