A formação educacional dos trabalhadores é atribuição constitucional do SUS, assim como o desenvolvimento tecnológico, inovações na saúde, ensino técnico, tecnológico, graduação e a produção de pesquisas. As regulamentações de formação em cursos da área da saúde não são somente de obrigatoriedade dos órgãos governamentais, mas, dada a condição de “preservação da integridade física e subjetiva”, são analisadas também pela sociedade civil. Assim, a importância da articulação dos temas do trabalho e da educação na saúde aparecem no debate das políticas públicas brasileiras há anos. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência na participação da primeira conferência municipal de gestão do trabalho e educação na saúde em Parintins-AM na elaboração de propostas, discussões e votação democrática sobre gestão do trabalho e educação na saúde. O evento foi realizado no dia 6 de junho de 2024, contando com a participação de 92 pessoas (gestores, profissionais da área da saúde, estudantes de medicina e população civil). As atividades foram organizadas em dois momentos, sendo o primeiro para a divisão dos integrantes em 3 grupos que representavam três eixos, para a discussão e elaboração de 5 propostas dos seus respectivos eixos. No segundo momento foi caracterizado pela leitura das propostas, debate, redigitação das propostas e votação. Após a participação no grupo do eixo 3 caracterizado pela educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e no cuidado das pessoas que fazem o sus acontecer, foram elaboradas 5 propostas. No segundo momento, as mesmas foram redigidas e votadas para a aprovação, sendo estas destacadas em: 1) Instituir termo de cooperação técnica com as Instituições de Ensino Superiores, com garantia de vagas no Lato-sensu, Stricto-sensu e Residências de saúde, com formação em Educação Permanente em Saúde para os trabalhadores do SUS, considerando o cenário local; 2) Estabelecer termo de cooperação técnica entre gestão e as instituições de ensino de Nível médio e técnico para devolutiva dos resultados dos projetos de pesquisa realizados no município com vistas a aplicabilidade na Rede SUS; 3) Implementar programa de EPS com aporte financeiro da gestão para garantir a qualificação profissional dos trabalhadores do SUS municipal, nas mais diversas áreas de atuação e categorias; 4) Garantir Fundo Municipal com cofinanciamento para criação de Escola Técnica Municipal de Saúde Pública, para aprimoramento e qualificação dos profissionais de nível técnico do município, considerando a necessidade profissional local; 5) Instituir Programa Municipal de Avaliação de Desempenho dos trabalhadores de saúde que alcancem metas e indicadores preconizados, com bonificação (premiação, remunerativo etc.). Percebeu-se o empenho de todos os envolvidos na conferência, para a inspeção das propostas, reedição, votação e implementação das mesmas na esfera municipal, estadual e nacional. É importante ressaltar a forma democrática na qual foram tomadas todas as decisões das melhores propostas da comunidade parintinense. Assim, observa-se uma avaliação do evento como uma iniciativa positiva e promissora, contribuindo para o fortalecimento e criação de iniciativas em educação permanente em saúde nos serviços, nas redes, nos sistemas locais de saúde e no ensino da saúde.