Apresentação: O pênfigo foliáceo, também conhecido como fogo selvagem, é uma doença autoimune rara, que afeta a pele ocasionando a formação de bolhas intraepidérmicas e que posteriormente, resulta em erosões cutâneas. A patologia ocorre devido uma interação do autoanticorpo IgC contra a superfície celular de hemácias espiculadas irregulares, chamadas de acantócitos, ou ainda, pela interatividade do anticorpo IgG contra proteínas desmossômicas. Em parâmetro geral, os autoanticorpos atacam as moléculas de adesão celular, causando acantólise e consequente perda de coesão entre os queratinócitos, o que resulta na formação de vesículas e bolhas. A prevalência da doença em 2017 era estimada em 25 casos por milhão de habitantes em localidades endêmicas. No Brasil, foi mensurado 3,4 casos por 100.000 habitantes. Neste contexto, objetiva-se descrever a experiência de uma acadêmica de enfermagem, na assistência à um paciente diagnosticado com pênfigo foliáceo, em um hospital no interior do estado do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, acerca da experiência de uma acadêmica de enfermagem da Universidade Federal do Amazonas, na implementação da assistência de enfermagem à um paciente com pênfigo foliáceo, em um hospital regional. Resultados: O estágio supervisionado é parte essencial da disciplina de saúde do adulto, neste sentido, os alunos são alocados no setor da clínica médica do hospital regional do município. O paciente, do sexo masculino e meia idade, já vinha de internações anteriores e conforme o serviço social, não possuía uma rede de apoio sólida, dependendo da ajuda de terceiros para moradia e alimentação. A assistência teve início com a anamnese e exame físico, onde constatou-se que o corpo do cliente apresentava aproximadamente 80% prejudicado pelas erosões e em alguns locais, a derme estava exposta. O cliente queixava fortes dores, além de dificuldade respiratória e para ir até o banheiro, sua higiene era insatisfatória e exalava forte odor, o que contribuía para possíveis infecções dos locais afetados, além disso, o paciente apresentava-se relutante para realizar sua higiene corporal diariamente. Os cuidados de enfermagem foram realizados com a administração de medicamentos, auxilio para a execução das necessidades básicas, cuidados com as lesões, como limpeza e hidratação da pele, além da escuta ativa, uma vez que o paciente não recebia visitas e estava em uma área de isolamento, onde sua única interação era com os profissionais. Considerações finais: A experiência de cuidados ao paciente foi fundamental para o conhecimento da patologia e as formas de assistência farmacológicas e não farmacológicas para o alívio das dores e das demais queixas do cliente, que nos dias que se sucederam, teve sua alta. Ao fim do estágio, a vivência foi essencial para a vida profissional da acadêmica e contribuiu significativamente para aplicação da assistência de enfermagem de maneira holística.