Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. As mais comuns em ambientes urbanos são a dengue, chikungunya e a zika, transmitidas pelo Aedes aegypti. Em 2024, houve um aumento de casos notificados à Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. O uso de barreiras físicas e químicas, realizam a proteção da pele e consequentemente diminuindo a incidência de casos. O uso dos repelentes caseiros é preparado com plantas medicinais que exalam algum tipo de odor (princípio ativo aromático) e que agem como repelentes naturais. A citronela e o cravo-da-índia, produzem óleos essenciais a partir do seu metabolismo secundário, que apresenta os compostos aromáticos: eugenol, geraniol e limoneno que podem ser utilizados na produção dos repelentes, além de terem propriedades anti séptica e desinfetante.
Plantas medicinais são espécies vegetais, consideradas medicinais quando possuem substâncias que, administradas ao ser humano, podem prevenir, curar ou tratar doenças. Foram instituídas na Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos pelo Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, com o objetivo geral de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais.
O projeto de extensão (PE) Práticas Integrativas e Complementares na Rede de Atenção em Saúde (PIC-RAS), atua desde 2017, e está vinculado à Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas.
Trata-se de um relato de experiência de uma oficina realizada no mês de abril deste ano, pelo PE-PICS-RAS em uma Associação Comunitária de bairro, localizada na área urbana de Pelotas-RS.
O projeto de extensão realiza várias oficinas em parceria com esta associação de bairro, que possui uma horta comunitária ao lado do prédio. Na maioria das atividades realizadas, as plantas medicinais são colhidas da própria horta.
Nesta atividade foi possível realizar o preparo dos repelentes com tinturas previamente preparadas pelo projeto que tiveram como planta base a citronela (Cymbopogon winterianus) e o cravo-da- índia (Syzygium aromaticum).
As participantes relataram que já utilizam plantas medicinais no seu cotidiano, demostrando interesse em participar das diversas oficinas realizadas pelo projeto.
Às participantes foi oportunizado realizar a preparação de repelente medicinal caseiro para uso tópico e esclarecimentos de dúvidas acerca das plantas medicinais. Ademais, puderam levar uma amostra para as suas casas, podendo atuar como multiplicadoras da receita.
Através da produção podem utilizar na prevenção de doenças, promovendo um processo de fabricação a partir de componentes naturais, sustentáveis, estimulando a práticas ecológicas como o cultivo de plantas medicinais, que contribuem para a preservação ambiental.