O acesso aos serviços de saúde é um importante indicador das desigualdades socioeconômicas encontradas na região norte. Sua extensão territorial, presença da floresta tropical e as diversas bacias hidrográficas, são características que a distinguem das demais regiões brasileiras, interferindo no modo de vida das comunidades locais. As populações ribeirinhas, pessoas que vivem à margem do rio, encontram dificuldades no acesso à saúde devido a falta de transporte, meio de comunicação e infraestrutura nas comunidades intervindo na qualidade de vida da população. Objetivo: relatar a experiência acerca das ações em saúde desenvolvidas em comunidades ribeirinhas no município de Santarém-PA. Desenvolvimento do trabalho: trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado durante o primeiro semestre de 2024. Com a implementação do sistema único de saúde, diversas políticas governamentais foram criadas com intuito de promover a inclusão social e atender a população integralmente. Destaca-se, Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas que tem como objetivo promover a saúde das populações, por meio de ações e iniciativas que reconhecem as características típicas da região. Diante disso, as ações de saúde nas comunidades visam minimizar a desigualdade de acesso e suprir a necessidade da população. Durante a realização das ações de saúde nas comunidades que vivem em torno do rio Tapajós e Arapiuns, observou-se as dificuldades de estabelecer as unidades básicas de saúde, devido à escassez de profissionais e materiais médicos hospitalares no município. Tal problemática é impulsionada certamente pela falta de investimento em saúde, dificuldade de comunicação e ausência de infraestrutura para exercer o serviço. Em virtude disso, o município possui as unidades básicas fluviais em um navio-hospital que acompanha as 40 comunidades ribeirinhas, oferecendo consulta médica, de enfermagem, odontológica e farmacêutica, além de realizar vacinas e exames. As viagens realizadas pelo navio hospital duram em média 10 dias, sendo realizada por uma equipe de profissionais da secretaria municipal de saúde e residentes multiprofissionais. Apesar das viagens acontecerem mensalmente, não é possível implementar os programas de acompanhamento contínuo como hiperdia, pré-natal e crescimento e desenvolvimento, por não conseguirem contemplar todas as comunidades durante uma única viagem e manter a periodicidade das consultas. Resultados: Na região Amazônica, especialmente nas comunidades ribeirinhas, observa-se que, devido às características geográficas, culturais e sociais, existem muitos desafios para a promoção da saúde. Para alcançar a universalidade da assistência e garantir o cumprimento dos direitos à saúde, é possível identificar algumas dificuldades, como a escassez de profissionais da saúde, as condições precárias de saneamento, as grandes distâncias, além das dificuldades de transporte e comunicação. Conclui-se, com este trabalho, que é necessário melhorar o acesso das populações das comunidades ribeirinhas a serviços essenciais, especialmente aos serviços de saúde de forma regular e contínua, para possibilitar a efetiva realização de atividades de educação e promoção da saúde. Além disso, verificou-se a necessidade de implementar amplas políticas sociais e de saúde que abordam os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença, visando a melhorar a saúde dessa população.
Complete tool for submission, evaluation and publication of proceedings for scientific events.
