Estima-se que aproximadamente 10% da população infantil no mundo tenha algum tipo de alergia a algum alimento. No Brasil, a prevalência é de cerca de 8%. Qualquer alimento pode causar alergia alimentar, sendo os mais comuns o leite, o ovo, a soja e o trigo. Os sintomas da manifestação da alergia podem ser vários e aparecem poucos minutos após a ingestão do alimento alergênico, que podem ser desde placas vermelhas que coçam pelo corpo, edema de mucosas, náuseas, vômitos – até os casos graves que envolvem respostas sistêmicas severas chegando à anafilaxia e até a óbito. Indivíduos com alergias alimentares podem ter reações adversas graves a alimentos mesmo quando ingeridos em mínima quantidade, o que requer vigilância constante na ingestão dos alimentos. Em meio à tragédia que assolou o Rio Grande do Sul em maio de 2024, aqueles que possuem restrições alimentares, têm ainda outro desafio: consumirem produtos que não prejudiquem sua saúde. Dentre as diferentes ações estratégicas para resposta da atenção à saúde neste contexto de desastres naturais, o processo de comunicação é fator essencial, sendo subsídio para tomada de decisão, divulgação de informações e de orientações para os diversos públicos, desde os gestores e técnicos envolvidos, meios de comunicação, voluntários e população atendida. Este trabalho tem por objetivo fomentar a necessidade da conscientização a respeito da alergia alimentar, visando a comunicação e informações assertivas sobre o manejo e cuidado no cenário presente em desastres naturais. Assim, propõe-se o desenvolvimento de um guia explicativo com orientações sobre as melhores práticas e conduta na presença de uma reação alérgica, desde a observação dos sintomas até a necessidade de uma ação de emergência, frente a um cenário já crítico e caótico instalado em meio à tragédia climática. Considerando-se que a prevalência das alergias alimentares tem aumentado e com tendência a perdurar por mais tempo ao longo da vida, evidencia-se a necessidade de um guia como este dentre as recomendações e ações no atendimento às vítimas dos desastres naturais.