Esta pesquisa debruçou-se sobre narrativas de Pedagogas que atuam em hospitais públicos de Porto Alegre. Diante disso, tive como objetivo mapear as narrativas de Pedagogas que atuam no apoio pedagógico, psicopedagógico e em classe hospitalar em hospitais públicos de Porto Alegre em vista de problematizar os princípios, os benefícios e as limitações desta atuação. Além disso, busquei analisar e problematizar a legislação que ampara a atuação da(o) Pedagoga(o) na área da saúde, sobretudo em hospitais públicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS); investigar as demandas, as práticas e os planejamentos que circundam a atuação da Pedagoga(o) no espaço hospitalar; e analisar os vínculos destas profissionais com o restante da equipe multiprofissional, assim como, com as famílias, com as escolas e com os pacientes. A pesquisa se teceu através da Cartografia, uma metodologia que se constitui no acompanhamento dos movimentos, das subjetividades e dos territórios. Cartografar é habitar um território e operar na transversalidade. Por isso, para dar conta das modulações e movimentos da rede na qual o objeto que estudo está inserido, dediquei-me aos estudos que abrangem a legislação, os documentos orientadores e a literatura relacionada ao tema de pesquisa. Em seguida, fiz um mapeamento das Pedagogas que realizam essa atuação, utilizei da observação participante nos primeiros contatos e segui com entrevistas semi-estruturadas. Para a análise, optei pela transcrição cuidadosa de trechos selecionados das entrevistas, identificando nuances e temas recorrentes que se destacam como fundamentais para a minha pesquisa. Além disso, realizei conexões com trechos dos estudos anteriores, estabelecendo um diálogo crítico entre os achados atuais e as descobertas preexistentes na literatura. Para ir além da tradicional transcrição textual, inclui elementos visuais, como fotografias dos encontros e retratos dos colaboradores da pesquisa, para proporcionar uma dimensão mais rica e contextualizada às minhas análises. Como resultado encontro narrativas de profissionais que inspiram, que promovem a interconexão entre educação e saúde, que com árduo suor são incluídas nos rounds multiprofissionais e que transformam o hospital em um espaço mais acolhedor. Contudo, na mesma intensidade emergem narrativas de profissionais desgastadas pela enorme demanda, falta de troca entre pares, baixíssimo investimento nos seus trabalhos e uma legislação insuficiente para amparar a atuação. Por isso, entre caminhos e escutas, entre alegrias e dores, continuo a lutar pelo trabalho das Pedagogas no ambiente hospitalar, com maior reconhecimento e amparo legal. Seja com suor, com batalhas ou com disputas, é a atuação das Pedagogas nos hospitais que oferece continuidade nos estudos e proporciona saúde, no sentido mais pleno de bem-estar e pertencimento, para crianças em momentos de fragilidade na saúde e, em consequência, afastamento da escola regular.