Neste relato de experiência, abordamos nossas vivências, enquanto docentes em estágio de saúde, na atenção básica, na cidade de Mossoró - RN, a respeito da abordagem sobre diversidade sexual, na atenção básica. Pois, enquanto espaço de construção e projeção de saberes, sabemos que o contexto institucional é reflexo de saberes e ações necessárias à visibilidade existencial de pessoas LGBTQIA+, sobre os quais incide a homolesbotransfobia, desde o contingente familiar até às demais instituições, entre estas, portanto: os serviços de saúde. E, nestes, existem referencias, inclusive, de transfobias veladas nos serviços de saúde. Quer sejam por desconhecimentos, resistências pessoais/morais ao tema e negação de trabalhadores da saúde, em relação às necessidades de saúde do público LGBTQIA+. Disso resulta o receio, medo e resistência de pessoas LGBTQIA+ em exercer seus direitos universais de busca aos serviços de atenção básica em saúde. Advém, dessa realidade, a baixa expectativa de vida de pessoas transgênero (principalmente nos corpos afeminados) que aponta 35 anos, em relação à população em geral que é de 75 anos. Por isso, a literatura mostra que não é comum ver pessoas trans idosas. Uma outra dimensão real a ser considerada, é o fato de o Brasil, hodiernamente, ainda ser o País onde constam maior numero em crimes de homofobia. Neste sentido, visualiza-se a interdisciplinaridade entre a educação, saúde e os modos materiais de manutenção da existência, no coletivo, que incidem nos corpos de pessoas dissidentes em sexo, gênero e orientação sexual. Ademais, reconhece-se a realidade da abjeção, invisibilidade e fobia sobre as mesmas. Partindo dessa problemática, o objetivo foi identificar, nas narrativas dos trabalhadores em saúde de uma UBS, entre aos anos de 2018 e 2019, suas concepções e experiências no trato de atenção às pessoas LGBTQIA+, desde sua entrada nos serviços, com intuito de entender seus limites e possibilidades quanto os saberes e respeito à diversidade sexual, por parte dos trabalhadores em saúde. Os encontros foram realizados no período de 3 meses, em seis reuniões quinzenais, durante as práticas de estágios em saúde da mulher. Foram realizadas: oficinas e dinâmicas de grupos, com média entre 5 e 10 participantes, trabalhadores da saúde (a participação era destinadas a todas/os profissionais: ASG, SAME, equipe de enfermagem, equipe médica e residentes/estudantes de outros estágios). Os posicionamentos, os saberes, possíveis resistências e pontos de articulação dos trabalhadores da saúde em relação a atenção e trato de pessoas LGBTQIA+, que vêm aos serviços refletem a realidade de abjeção, desconhecimento, tabus e preconceitos. Porém, entre essas limitações, encontraram-se profissionais dedicados em entender as particularidades e necessidades específicas de pessoas LGBTQIA+. Os resultados evidenciaram: mediante limitações situacionais e culturais de desrespeito à diversidade sexual, no Brasil, onde é maior os crimes de homofobia, há interessados e articulados com a abordagem temática da diversidade sexual, em seus conteúdos. Embora as instituições de saúde, em maioria, não tenham em seu Projeto Político Pedagógico menção à diversidade sexual, existe potencial de exercer, com ética profissional universal, acolhimento e atenção à saúde em prol do respeito à diversidade na dimensão sexual.