O Projeto Guardiãs e Guardiões do Clima foi concebido como uma iniciativa em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e Instituto Federal do Rio Grande do Sul campus Alvorada, visando promover os Direitos Pluriétnicos-Culturais e Sociais para o Pleno Exercício da Cidadania e o Bem Viver dos Povos Indígenas. O projeto colabora nas ações de Enfrentamento à Crise Climática, com foco na entrega de três volumes de histórias em quadrinhos ilustradas, abordando temas como eventos climáticos extremos e seu impacto nos povos indígenas, estratégias de mitigação e adaptação baseadas no conhecimento tradicional indígena. Com o objetivo de promover a educação, sensibilização e a preservação das comunidades indígenas frente às mudanças climáticas, através da produção de histórias em quadrinhos que abordarão eventos climáticos extremos e seus impactos nos povos originários, bem como estratégias de adaptação e mitigação. Através de registros das experiências e desafios enfrentados pelas comunidades indígenas devido a eventos climáticos extremos. A coleta e incorporação nas histórias práticas indígenas de adaptação e mitigação frente às mudanças climáticas e o reforço, valorização e disseminação da cultura indígena por meio do engajamento direto nas comunidades. As mudanças climáticas têm alterado o bem viver dos povos indígenas, e suas tradições, as alterações nos ciclos das estações, queimadas, enchentes, ondas de calor, aumento do nível do mar, grandes secas, rios que morrem, são alterações que atingem diretamente seus territórios, obrigando-os a mudar sua alimentação, impedindo e/ou dificultando a caça, a pesca, plantio e colheita, dificultando o acesso às suas medicinas tradicionais e hábitos de higiene, impactando a saúde individual e coletiva. O ataque à biodiversidade, as invasões ao território, a ameaça à demarcação de terras, atingem também a cultura tradicional dos povos indígenas, que compreendem a natureza como um ser vivo, mantendo uma relação de proteção e cooperação. A mitigação é um conjunto de estratégias usadas para atenuar os efeitos das mudanças climáticas. E nós, brancos, muito falamos do uso de energias renováveis em substituição à combustíveis fósseis, reuso e/ou reutilização de produtos têxteis e plásticos, processos industriais com menor emissão de carbono, proteção a biodiversidade, prevenir o desmatamento, plantações em policultura e agroflorestas, em detrimento a monocultura, como formas de mitigar as ações que nos levaram a atual situação sócio ambiental, mas o que temos a aprender com os indígenas? O Ministério dos Povos Indígenas e a FUNAI estão comprometidos com a proteção e promoção do bem-estar das comunidades indígenas, sendo este projeto uma oportunidade de abordar diretamente as questões relacionadas às mudanças climáticas que afetam essas comunidades. O envolvimento do IFRS no projeto se alinha com sua missão de promover a educação inclusiva e de qualidade, além de oferecer uma oportunidade para aplicar expertise acadêmica em um contexto relevante. Após um período de imersão do cartunista e da coordenação do projeto durante o Festival Cultural Berê Xikrin Kwyrykango, na região de Altamira, as entrevistas foram transcritas e sistematizadas para identificar as temáticas de acordo com cada volume a ser desenvolvido, impactos, mitigação e adaptação.
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