Apresentação: A Educação Física (EF) nas escolas passou por vários processos de transformação, desde que se tornou um componente curricular obrigatório no sistema de educação brasileiro em 1961, a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A partir dessa década, a EF assume uma abordagem mais tecnicista, com o método desportivo generalizado em suas aulas, o que significou uma contraposição aos antigos métodos de ginástica tradicionais. Em 1980, os princípios biológicos e esportivistas, que guiavam a EF, passam a ser questionados por um grupo de autores que, com fundamentos das ciências humanas, defendem a EF como uma disciplina voltada para uma formação humana mais ampliada. Muitas abordagens de ensino da EF surgiram na década posterior com a intenção de traçar novos rumos para a disciplina. Com um olhar especial para um município no interior da Amazônia, distante 1003 km da capital, surgiu o interesse em conhecer como a EF se desenvolve nas escolas do município. Objetivo: Investigar como a Educação Física é desenvolvida nas escolas da rede municipal de ensino em um município do interior do estado do Pará. Desenvolvimento: Essa é uma pesquisa de campo desenvolvida 115 alunos de escolas de ensino fundamental II da região urbana, de um município no interior do Pará. Os dados foram levantados por meio de questionário. Resultados: os resultados mostraram que a grande maioria (98%) dos alunos fazem aula de EF, e que essas aulas apresentam uma diversidade de conteúdos (29%) esportes, (23%) exercícios físicos, (13%) ginástica, (12%) dança, (9%) prática corporal de aventura, (8%) jogos lúdicos e (6%) lutas. Contudo, afirmaram que gostam mais dos esportes. (84%) afirmaram que os professores diversificam as aulas, (88%) se sentem motivado para participarem das aulas. O desenvolvimento de conteúdos esportivos e exercícios físicos nas aulas ainda é predominante, mas pode-se observar um esforço para trazer outras vivencias para os alunos, talvez por influência da BNCC. Outra reocupação foi a relação professor/aluno, nesse sentido (64%) afirmaram que se sentem à vontade para participar ativamente das aulas, dando suas opiniões, e (77%) disseram que os professores estimulam a participação do aluno no planejamento e definição das atividades, indicando que os professores priorizam uma relação mais aberta e colaborativa com os alunos, engajando-os ativamente no processo de ensino-aprendizagem, distanciando, assim, das posturas mais tradicionais do ensino. Conclusão: Os resultados demonstram que a EF nas escolas de Ensino Fundamental II ainda priorizam conteúdos de EF em acordo com as décadas de 1960 e 1970, mas também permitem outras vivências mediante acordos participativos entre professores e alunos. Após 40 anos de revisão dos caminhos da EF na escola, talvez poucos passos ainda tenham sido dados no município, necessitando novos estudos e processos de intervenção para ampliar a discussão.