Por orientação coletiva deste trabalho de doutoramento em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (EICOS/UFRJ), há um recado: preparem-se para quebrar casulos perceptivos que sustentam a degradação ambiental. Trata-se do Ler e do Escrever experimental, ficcional, que não se localiza fora do território do vivido. Estou aqui a escrever narrativas de antecipação, cartografias para depois do fim com Krenak, que brinca na Beira do Rio Sangradouro com Paulo Freire sussurrando para Manoel de Barros o vento do esperançar como verbo - levantar e ir atrás, construir em coletivo. Curioso que só, Manoel de Barros estava aprendendo a transver mundos com as baleias da Praia do Matadeiro, que ouvem ao fundo o coordenador do Fórum Ecoar dizer "com profundo respeito e imensa alegria que nos dirigimos ao público leitor deste relatório de diagnóstico - Olhares dos Distritos da Cidade: produzido pelo Observatório de Inovação Social de Florianópolis em parceria com o Fórum de Governança Ecosocial dos Bens Comuns de Florianópolis (Fórum Ecoar)". Escutavam o ecoar de movimentos populares em rede, desde o Sul da Ilha da Magia, um lugar com remanescentes da Mata Atlântica, um do hotspot do planeta. Rede Ecoar, uma iniciativa de articulações entre Coletivos, Conselhos Comunitários e Associações de Bairro - Amigos e Moradores para fazer ponte de viabilização da curricularização das extensões universitárias nos territórios onde vivemos, tornando nossos distritos, bairros e áreas de preservação em escolas abertas, ambientes vivos de aprendizagem dialógica. No encontro entre saberes e fazeres plurais - comunitários, populares, da natureza, técnicos e universitários -, coproduzir conhecimento desde e com o território, e cocriar alternativas ecológicas, inclusivas e regenerativas frente à emergência climática. Com a perda de confiança em processos democráticos, o protagonismo de articulações comunitárias para incluir os desafios, demandas e potencialidades locais e produzir cuidado para o viver bem. A professora disse que "a universidade é um labirinto de cristal, parece que não tem barreira, mas tem, ela está invisível". Vivemos na carne as hierarquias das institucionalidades e o quase descompasso entre tempos e formas universitárias e comunitárias. Enquanto isso, a Associação da Therolinguística - nova e revolucionária área da ciência que estuda a literatura selvagem -, tem avançado por aqui com foco na política das plantas e filosofia das flores, e pergunta: como produzir cuidado no encontro entre saberes plurais, quando leis e acordos não são suficientes para sustentar A Queda do Céu com os Yanomami?
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