Somos integrantes do grupo de pesquisa "Travessias: narrações da diferença - Clínica, pesquisa e intervenção”, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional, sob coordenação da docente Analice de Lima Palombini. Somos um grupo de aprendizes conectados/as com experiências diversas. Somos pais, mães, filhas, filhos; docentes da área da saúde ou implicados/as na formação de jovens; trabalhadores/as e gestores/as do Sistema Único de Saúde e da Saúde Mental em diferentes espaços e esferas de governo. Somos clínico-políticos/as. Militamos pela saúde coletiva e por uma sociedade sem manicômios, pelo fim de todas as formas de encarceramentos — pelo cuidado, pela educação, pela vida, em liberdade. Neste trabalho, propomos apresentar intersecções entre recentes pesquisas que realizamos como estudantes de iniciação científica, mestrandos/as e doutorandos/as, afirmando a potência do método narrativo como prática investigativa que prioriza o "fazer com" entre pesquisador/a e sujeitos/as pesquisados/as, que juntos/as constroem o processo de pesquisa. As diferentes experiências de pesquisa aqui reunidas têm como temáticas a Gestão Autônoma da Medicação (GAM); o uso de drogas prescritas ou proscritas; a Redução de Danos como estratégia clínico/política; relações étnico/raciais, de gênero e classe; agravos em saúde como HIV e outros. Buscamos apresentar de que formas pesquisas-intervenção como estas podem operar no sentido de reposicionar lugares, papéis e relações entre usuários/as das diferentes políticas públicas, gestores/as, trabalhadores/as e os/as próprios/as pesquisadores/as. Esse reposicionar-se, perturbando as relações de força instituídas no campo, situa eticamente a pesquisa como potência de descolonização do pensamento, implicada com uma construção de conhecimento que é alicerce para a produção de práticas antirracistas, anti-LGBTfóbicas e antipatriarcais