Apresentação: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão pode ser definida como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza persistente e falta de interesse ou prazer em atividades que antes eram consideradas gratificantes ou agradáveis. Os estudantes universitários, especialmente os da área da saúde, são um grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais comuns, com elevada prevalência de ansiedade, tristeza persistente, medo e pânico neste grupo. Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar os fatores associados ao risco aumentado de depressão em estudantes universitários do interior de Minas Gerais.Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, realizado entre outubro e novembro de 2018, na Universidade Federal de Viçosa Campus Rio Paranaíba (UFV/CRP). A população do estudo foi composta por estudantes de graduação da UFV/CRP. Os dados foram coletados por meio de um questionário autoaplicável, com o auxílio da ferramenta Google Formse disponibilizado para preenchimento online. Foram analisadas questões sobre: condições socioeconômicas, acadêmicas, estilo de vida e comportamento sexual; qualidade da alimentação; avaliação antropométrica e depressão. A magnitude das associações entre a variáveldependente (risco aumentado para depressão) e as variáveis explicativas (sexo, idade, estado civil, renda, com quem mora, área de estudo e auxílio estudantil) foram estimadas pela razão de prevalência (RP) com seus respectivos IC95%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da UFV (parecer nº 2.763.068). Resultado: Dos 412 estudantes que participaram do estudo, a maioria era composta por mulheres (63,1%), com idade média de 22,1 anos (± 3,7 anos) e renda ? R$ 477,00 (62,1%). Prevaleceram estudantes da área exatas e tecnológicas (47,6%), que não fumavam (82,2%), cuja alimentação precisava de melhorias (72,1%) e com risco aumentado para depressão (64,1%). As mulheres (RP: 1,65, IC95%: 1,36-1,99, p<0,001) apresentaram maior prevalência de risco aumentado para depressão. Por outro lado, os estudantes de outros cursos (RP: 0,80, IC95%: 0,69-0,93, P=0,004) apresentaram menor prevalência de risco aumentado para depressão comparado aos estudantes da área da saúde. Considerações finais: Diante do exposto, percebe-se que o público mais exposto com risco aumentado de depressão são estudantes do sexo feminino e estudantes dos cursos da área da saúde.