Nos fundamentado nos conceitos da atuação do terapeuta ocupacional, o presente estudo tem como objetivo expor as percepções dos discentes junto a uma ação de um projeto de extensão universitária.
O Humano é caracterizado pelo processo de definição de sua identidade, no qual cada indivíduo tem em si aspectos pertencentes ao seu corpo, tanto o físico como o emocional, cada sujeito carrega marcas do passado e desejos do futuro, a sua vida, planejando e definindo meios para alcançar o que almeja.
A Terapia Ocupacional possui atividades e instrumentos os quais são inerentes aos seu núcleo profissional, e que proporcionam o conhecimento dos corpos e do ser conhecido por eles, além de possibilitar a criação de vínculo e o diálogo do individual (corpo e/ou ser) com o coletivo.
Assim torna-se prerrogativa a importância de vivências, no campo prático da profissão para auxiliar acadêmicos de terapia ocupacional a desenvolver a visão sobre si e sobre o mundo, onde tudo implica na construção do corpo como identidade. Desta forma, produz possibilidades de atuação profissional na qual irá contribuir para criação em conjunto de planos e visões de vida, ampliando as ações educativa extramuros da universidade.
Deste modo, ações extracurriculares são caracterizadas na exploração de outras áreas do conhecimento além do conteúdo curricular, incentivando os acadêmicos a desenvolverem e expandirem o interesse pelo aprendizado, além de despertar a curiosidade sobre temas e ações realizadas extramuros da universidade.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência de alunos do curso de Terapia Ocupacional do projeto de extensão Intervenção Terapêutica Ocupacional e Clínica a: Corpo, Arte, Cidade e Movimento. A atividade relatada ocorreu durante o período do mês de agosto de 2023, no Parque Estadual do Cocó situado na cidade de Fortaleza.
O momento teórico vivencial foi realizado com um passeio de barco pelo Rio Cocó dos estudantes junto à professora orientadora, no percurso se discutiu sobre o amplo significado que o território pode ter para cada indivíduo, além de lugar terapêutico e catalisador de mudanças.
Após o passeio foi realizado um lanche compartilhado e a discussão do livro “Corpo e arte em Terapia Ocupacional" de Marcus Vinícius Machado de Almeida, dialogamos a importância de adotar uma perspectiva integrada na intervenção do terapeuta ocupacional no processo de reabilitação, ao considerar o corpo como o território existencial. Ao final foi proposto uma vivência prática com atividades corporais e exercícios de respiração consciente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No campo da saúde, quando falamos em território, ação e reação, estamos falando em articular serviços com diferentes finalidades para auxiliar na construção de territórios existenciais que possibilitem reinventar a vida em todos os aspectos do seu cotidiano. Relacionando a educação acadêmica com a saúde mental,
Na intenção de alargar as fronteiras da universidade, emerge o pensamento - ação. Durante ação do extensão do Projeto Intervenção Terapêutica Ocupacional e Clínica a: Corpo, Arte, Cidade e Movimento, os acadêmicos relataram desejos e percepções sobre a ação, com o fito de expressar o que representou para eles. "No diálogo foi percebido que o corpo não é apenas o físico e as mãos, mas abrange o sujeito de uma forma completa e singular".
A fala retirada de um dos relatos dos participantes evidencia a importância de ações como a que ocorreu no projeto de extensão. "Esse momento foi muito importante para aguçar e prestar mais atenção nos sentidos, pois, nos gerou memórias importantes, sobre o ambiente e também sobre nós. Foi um momento de muita reflexão de que o corpo é algo muito nosso e que ele é único e que precisa ser respeitado, cuidado e atendido. Além de também do momento de refletir que um lugar pode não ser só um lugar, ele pode ter influência em como nós vivemos a vida a maneira que agimos, nas coisas que gostamos, os lugares que frequentamos durante os anos da vida."
Com isso, esta ação de extensão contribuiu para o desenvolvimento do olhar dos acadêmicos, possibilitando que as intervenções propostas pela terapia ocupacional possa ser ampliada para a construção de novas abordagens, utilização de novos espaços, para as dimensões macroestruturais, correlacionando aspectos que na prática não se isolam e são permeados. Relacionando a ação aos sentimentos cultivados nos acadêmicos no momento teórico vivencial proposto pela orientadora. É válido expressar como uma atividade de extensão deve ter visibilidade e ser valorizada, já que os mesmos conceitos que Freire citava, atualmente é compartilhado com os estudantes, em destaque na fala de um dos participantes: “...aprender e questionar fora da sala de aula, entendendo que aprender pode ser feito em outros ambientes de uma forma saudável, leve e tranquila."
Conclusão
Diante das práticas relatadas, é possível compreender a importância de ações de extensão voltadas para o processo formativo dos acadêmicos de Terapia Ocupacional, destacando a série de conhecimentos agregados acerca da realidade vivida.
A prática foi de suma importância para compreender os mais diversos conflitos que surgem ao longo da profissão, já que a terapia ocupacional trabalha diretamente com o corpo e a mente, focando na grande diversidade de objetivos, recursos e abordagens que o cotidiano oferece.
Esta experiência possibilitou a criação de vínculos, instigou possibilidades e potencialidades dos acadêmicos. Ademais, a prática ocorreu em um ambiente acolhedor, reflexivo e aberto, para suscitar o aprofundamento na teoria e possibilitar segurança para as ações práticas do projeto. Por fim, a ação de extensão concedeu aos acadêmicos de terapia ocupacional ligados ao projeto, inúmeros atributos essenciais para a formação profissional.