APRESENTAÇÃO: A saúde mental dos povos indígenas no Brasil é um tema que atravessa diversas camadas de complexidade, envolvendo interseções significativas entre a saúde mental, identidade cultural e territorialidade. Essas situações são desafios únicos que são moldados por um contexto histórico de marginalização e conflitos territoriais intensos. Apesar da crescente atenção à saúde indígena como um todo, persiste uma lacuna significativa no que diz respeito ao entendimento e à abordagem das questões de saúde mental a partir das perspectivas e realidades específicas dos povos indígenas. Este estudo visa preencher parte dessa lacuna, explorando como as narrativas sobre a saúde mental indígena são construídas em grandes veículos de comunicação e como estas se relacionam com os conflitos territoriais que esses povos continuam a enfrentar. OBJETIVO: Mapear narrativas sobre saúde mental dos povos indígenas em um grande veículo de comunicação nacional e relacionar com os conflitos territoriais. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Estudo documental de abordagem histórica. A fonte de dados foi o Jornal Folha de São Paulo. Foi considerado o intervalo de cinco anos, desde 2019 a partir dos descritores saúde mental e indígenas. Para organização dos dados elencou-se quatro itens no processo de organização dos dados: título, ano, autor e conteúdo na integra. Foram incluídas as matérias jornalistas e excluídas fotos e blogs. Os dados foram coletados entre abril e maio de 2024. RESULTADOS: Foram identificadas incialmente 137 notas, que após execução de elegibilidade foram consideradas quatro conteúdos. Destes tratavam de alerta sobre a necessidade ade atenção à saúde mental, Suicídio entre Guaranis, violações de direito contra os Guarani-kaiowá, território e suicídio. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este estudo destacou a escassa, mas relevante cobertura da saúde mental indígena em um meio de comunicação de massa, correlacionando-a com os persistentes conflitos territoriais. Há pouco destaque sobre o tema, considerando os conflitos territoriais expostas na mídia, principalmente considerando que somente um povo foi destaque. As narrativas identificadas ressaltam a urgência de abordagens que se aproximem da saúde mental dos povos indígenas. É necessário que os serviços de saúde ampliem seus horizontes para incluir e respeitar as singularidades culturais dos povos indígenas, promovendo assim um cuidado singular e diferenciado. A integração de perspectivas indígenas nos discursos sobre saúde mental é essencial para combater as desigualdades históricas e promover a justiça social, inclusive combatendo informações falsas.