Introdução: A depressão é reconhecida como um transtorno mental grave e incapacitante que acomete milhões de indivíduos em todo o mundo. Seus sintomas mais relevantes, como desesperança e desinteresse pela vida, estão associados a diversos fatores sociais, pessoais e psíquicos que culminam no comportamento suicida. Nesse sentido, considerando que cerca de 43,2% dos pacientes com Depressão Maior cometam suicídio, ao socorrer e encaminhar um paciente com histórico de tentativa de suicídio a serviços de urgência e emergência, este torna-se objeto de cuidado da equipe de saúde e, em especial, da equipe de Enfermagem. Contudo, sabe-se que a abordagem dispensada a esses pacientes nem sempre é adequada, podendo haver lacunas na identificação do risco, no acolhimento, no tratamento e no encaminhamento para acompanhamento psicossocial. Objetivo: Determinar o manejo de Enfermagem a pacientes admitidos nos serviços de urgência e emergência após tentativa de suicídio considerando a prevenção de novas tentativas. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa elaborada com 5 artigos. Como estratégia de busca, foi realizada pesquisa no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando a seguinte estratégia de busca: (“Nursing care” OR “Cuidados de Enfermagem”) AND (“Suicide attempt” OR “Tentativa de Suicídio”). Foram incluídos trabalhos disponíveis integralmente online em português ou inglês publicados nos últimos 5 anos (2019-2024). Resultados: As práticas relacionadas a esse público-alvo devem considerar a integridade biopsicosocioespiritual, realizando as intervenções necessárias, como tratamento de intoxicações ou ferimentos, e iniciar intervenções psicossociais visando abordar a causa subjacente do comportamento suicida. Nesse sentido, toda interação com o paciente deve prezar pela empatia, suporte e escuta ativa, bem como evitar estigmatização e coerção, considerando as experiências individuais dos pacientes e seus recursos próprios para a construção conjunta do cuidado em saúde mental. A intervenção imediata pretende oferecer suporte emocional, tratando o paciente com dignidade e respeito, enquanto planeja-se articulação com outros níveis de atenção à saúde, desenvolvendo planos de cuidado individualizados que considerem a história pessoal do paciente, suas experiências e recursos próprios, além de envolver a família e outros indivíduos pertencentes à sua rede de apoio no planejamento e execução dos cuidados. Deve-se garantir a continuidade do cuidado, realizando encaminhamento para serviços de saúde mental e suporte contínuo e fornecendo informações sobre o comportamento suicida, a fim de desmistificar e reduzir o estigma tanto para o paciente quanto para suas famílias, contribuindo para mitigar a culpabilização do sujeito e contribuir para sua melhoria a longo prazo. Conclusão: Percebe-se que os profissionais de Enfermagem devem ser treinados para reconhecer sinais de complicação em indivíduos com Depressão Maior e avaliar o risco de tentativas de suicídio. Além disso, o monitoramento constante contribui para a prevenção de novas tentativas dentro dos serviços de urgência, avaliando sinais de risco como agressividade e impulsividade, para promover a recuperação através de um cuidado integrado e contínuo. Assim, o manejo eficaz exige um compromisso com a avaliação precisa, intervenção empática e contínuo monitoramento, transformando momentos de crise em oportunidades de recuperação e esperança para pacientes, familiares e profissionais envolvidos no cuidado à saúde.
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