Apresentação: As mudanças climáticas estão diretamente ligadas às atividades humanas com o aumento da emissão de gases de efeito estufa, a ocorrência de queimadas, desmatamento e a formação de ilhas de calor urbanas. A Amazônia desempenha um papel fundamental no ciclo global do carbono, devido a essa influência, é considerada uma região particularmente suscetível a diversos riscos ambientais. O objetivo deste estudo é analisar as enfermidades na saúde pública causadas pelas mudanças climáticas drásticas na região amazônica. Desenvolvimento do trabalho: Este estudo é uma revisão integrativa da literatura de pesquisas publicadas no período de 2020 a 2024, consistindo na busca de artigos a partir das plataformas de consulta de acervo científico SCIELO, LILACS, PubMed e BVS, com base nos descritores "Amazônia", "Mudança Climática” e “Saúde Humana”. A pesquisa inicial resultou em 25 artigos publicados em língua portuguesa, dos quais, após uma análise detalhada, apenas 10 artigos foram selecionados para a amostra final. Resultados: Estudos indicam que as mudanças climáticas na Amazônia têm impactos profundos na saúde pública, apresentando desafios significativos para a gestão e prevenção de doenças. O aquecimento global e as mudanças nos ecossistemas influenciam na alteração do número de vetores, facilitando a transmissão de patógenos. Eventos climáticos extremos como a seca, aumentam o risco de doenças de veiculação hídrica, como cólera, hepatites virais e doenças diarreicas agudas devido a falta de acesso à água limpa. As queimadas, as altas temperaturas e o desmatamento na amazônia aumentam a produção de partículas alergênicas e a exposição a poluentes atmosféricos, exacerbando doenças respiratórias, especialmente em idosos, crianças e pessoas com condições graves de saúde. Além disso, os efeitos das mudanças climáticas podem ser acentuados pelo grau de vulnerabilidade das populações amazônicas, o qual é influenciado por determinantes sociais como saneamento básico, logística, alimentação, acesso a serviços de saúde e condições de moradia que agravam os quadros clínicos, resultando em um aumento da demanda e dos custos dos serviços de saúde. Este cenário aponta para um aumento no risco de hospitalizações e atendimentos de emergência, principalmente por doenças respiratórias, o que pode levar à sobrecarga do sistema de saúde devido aos impactos das mudanças climáticas na saúde da população. Considerações finais: A partir da análise da influência das mudanças climáticas na propagação e agravamento de doenças respiratórias, transmitidas por vetores e de veiculação hídrica, é indispensável reforçar políticas ambientais preventivas. Assim, o setor da saúde precisa adotar medidas de adaptação para minimizar os impactos ambientais inevitáveis, podendo ser elas discussões intersetoriais, melhoria em vigilância de doença, abastecimento de água e saneamento, com o objetivo de melhorar a capacidade de resposta aos riscos decorrentes das mudanças climáticas. Além disso, é essencial que os profissionais de saúde promovam ações educativas de conscientização da população amazônica sobre as mudanças climáticas globais, com o intuito de incentivar o pensamento crítico e sensibilizar a comunidade quanto à gravidade das alterações climáticas no cenário atual e suas consequências drásticas para a saúde.