Apresentação: A adolescência é um período de transformações e descobertas, marcado por mudanças físicas, emocionais e sociais. É nesse período de transformações que ocorre a descoberta da sexualidade, muitas vezes sem orientação, seja dos familiares ou da escola, deixando os adolescentes sem informações corretas e seguras acerca do assunto. No contexto da educação sexual, a enfermagem desempenha um papel fundamental, uma vez que atua na atenção primária em contato direto com os pacientes, sendo uma das atribuições da enfermagem. Desse modo, o trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas do curso de enfermagem acerca da importância da promoção da educação sexual de adolescentes. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, vivenciada por acadêmicas do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), campus XII, durante o estágio da disciplina de Enfermagem Comunitária, em uma Unidade Básica de Saúde no mês de abril de 2024 no município de Santarém/PA. Resultados: Durante o estágio na Unidade básica de saúde foram realizados atendimentos, em que as acadêmicas puderam observar e acompanhar consultas de enfermagem. Dentre essas consultas, destaca-se a realizada com um adolescente de 14 anos acompanhado de sua mãe, com queixas de desconforto no órgão genital. Para investigar a possível causa das queixas, foram realizadas perguntas ao adolescente e a sua mãe, abordando acerca das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e cuidados com sua saúde íntima. Foi possível visualizar a vergonha de ambos na abordagem sobre o assunto. Além disso, destaca-se a falta de diálogo entre a mãe e o filho, com a genitora ainda enxergando o adolescente como uma criança, considerando-o novo para abordar tais questões. Coube a enfermeira realizar a educação sexual e evidenciar para a mãe a importância do diálogo para estabelecer uma relação de confiança na família, promover informação segura acerca do assunto e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), quando do início da atividade sexual ocorrer. Considerações finais: Os profissionais de enfermagem têm um papel fundamental na promoção da educação sexual, não apenas nas escolas, mas também em consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), atuando assim como educadores e facilitadores do aprendizado para um conhecimento seguro. Além disso, ao fornecer educação e apoio emocional, eles ajudam a reduzir os riscos de ISTs e promover comportamentos sexuais saudáveis, especialmente em contextos em que a vergonha dos pais e a omissão dos filhos prevalecem. Em suma, a experiência vivenciada amplia a compreensão das graduandas sobre as realidades enfrentadas pelos adolescentes, aumentando a sensibilidade e a empatia em relação às questões de saúde sexual e reprodutiva, fundamentais para o desenvolvimento de profissionais mais preparados e capazes de promover a saúde integral e o bem-estar dos jovens.