Introdução: A profilaxia pré-exposição (PrEP) é uma estratégia que visa a prevenção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), direcionada a pessoas que não vivem com o vírus e possuem vida sexual ativa. O medicamento é ofertado através do Sistema Único de Saúde (SUS) desde o ano de 2022 de forma descentralizada nas Unidades de Saúde (US) da Atenção Primária à Saúde (APS) de Porto Alegre, permitindo a ampliação territorial da profilaxia no município. A capital em 2023, ocupou o terceiro lugar no ranking nacional na taxa de detecção para o HIV (45,9 casos/100 mil habitantes), conforme dados extraídos do Boletim Epidemiológico 2023 do Ministério da Saúde. Objetivo: Apresentar o perfil sociodemográfico de usuários em PrEP em Porto Alegre no ano de 2023. Método: Descrição dos dados publicizados através do painel de monitoramento da PrEP HIV pelas variáveis raça/cor, escolaridade, faixa etária e população. Resultados: No ano de 2023, 1.997 pessoas fizeram uso da PrEP, nas quais 80% se autodeclararam brancas/amarelas, 11% pardas e 9% pretas. A escolaridade de 80% dos usuários foi 12 anos ou mais de estudo, enquanto 16% da população menciona 8 a 11 anos de estudo e 4% não possui educação formal ou menciona escolaridade até 7 anos. A faixa etária de 30 a 39 anos representa 40% dos usuários, seguida da faixa etária de 25 a 29 anos, 22% e 40 a 49 anos, 19%, as demais faixas etárias representaram menos de 10% dos usuários. A população Gays e outros HSH cis concentra 81% de usuários de PrEP, Mulheres cis 7,5%, Homens heterossexuais cis 6,6%, Mulheres trans 2,6% e Homens trans 1,7%, enquanto Não binaries e Travestis representaram menos de 0,5% dos usuários cada. Conclusão: A profilaxia pré-exposição foi acessada principalmente por pessoas que se autodeclararam brancas/amarelas, com escolaridade acima de 12 anos, com idade entre 30 e 39 anos, do grupo populacional “gays e outros HSH cis” no períodos mencionado. Ainda, a partir da leitura dos dados epidemiológicos, constatam-se informações primordiais para o planejamento e tomada de decisão em saúde, principalmente àquelas relacionadas a populações chaves e prioritárias à exposição do vírus, visto que a PrEP somente é acessada por uma pequena parcela da população. O estreitamento do diálogo com as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam junto a essas populações é uma estratégia de extrema importância devido a proximidade e representatividade que possuem junto às populações historicamente vulnerabilizadas.