Apresentação: A adolescência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), compreende o período de 10 a 19 anos. Durante essa fase, a ocorrência de gravidezestá associada a fatores de risco e a complicaçõesmaterno fetais, podendo ocasionar desfechos negativos, como o óbito materno. As principais causam de morte materna são as síndromes hipertensivas, hemorragias, infecções puerperais e as complicações do aborto. Desse modo, o trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico da mortalidade materna em adolescentes na região do baixo amazonas, no estado do Pará, nos anos de 2011 a 2022. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa com dados coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2011 a 2022. Selecionaram-se as variáveis: região de saúde, número de óbitos, raça/cor, estado civil e faixa etária (10 a 19 anos) e escolaridade. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente, relacionando variáveis encontradas.Resultados: Foram registradas 18 óbitos maternos, com predomínio da faixa etária de 15 a 19 anos, representando a totalidade dos casos. Em relação a raça/cor houve preponderância de pardas (15 óbitos). A respeito da escolaridade, observou-se que 10 óbitos foram de adolescentes que tinham de 4 a 7 anos de estudos, seguido de 5 óbitos de adolescentes que apresentavam de 8 a 11 anos. No que tange ao estado civil, verificou-se que 10 adolescentes eram solteiras e 7 estavam na categoria “outros”, sem registro definido de estado civil. Dessa forma, observou-se a tendencia de mortalidade materna em adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos, com um perfil predominante de jovens pardas, solteiras e com baixa escolaridade. O maior número de casos de óbitos de gestantes solteiras demonstra possíveis lacunas no suporte social e familiar e a categoria “outros” para estado civil impede a caracterização precisa do perfil das gestantes investigadas, o que também sinaliza para falhas no registro e preenchimento das fichas de declaração de óbito. Além disso, a alta incidência de mortalidade materna de adolescente pardas e de baixa escolaridade indica que desigualdades socioeconômicas e raciais tem um papel significativo nas dificuldades de acesso a serviços de saúde e educação sexual. Considerações finais: Em suma os dados ressaltam a importância de políticas públicas direcionadas a educação sexual deadolescentes, principalmente da população em situações de vulnerabilidade, o qual o acesso a serviços de saúde é escasso. Essas ações de promoção de saúde vão desde iniciativas nas instituições de ensino para abordar os métodos contraceptivos, prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a atribuição daEstratégia de Saúde da Família (ESF) ao realizar a busca ativa das adolescentes gravidas que não estão comparecendo ao pré-natal. Além disso, é necessário a abordagem do papel crucial do pré-natal na prevenção e detecção precoce de complicações durante a gestação, visando a redução da mortalidade materna em adolescentes.