O Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça, Etnia e Valorização das Trabalhadoras no SUS prevê o enfrentamento às desigualdades de gênero e raça, reconhecendo o papel do Estado como promotor de estratégias e políticas públicas que buscam combater as desigualdades sociais presentes no País, por meio de mudanças na formação dos estudantes, docentes e profissionais que atuam nas áreas envolvidas. Essas mudanças só serão possíveis a partir da integração entre práticas de saúde no SUS e práticas pedagógicas das Instituições de Ensino Superior, visando à iniciação ao trabalho científico, estágios e vivências do cotidiano do serviço, contribuindo para a formação de profissionais mais comprometidos com a realidade das desigualdades de gênero e raça, consolidando o SUS como sistema universal, integral e equitativo.O presente trabalho trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, com o objetivo de relatar a experiência da construção de atividades de um grupo de docentes, discentes e profissionais da saúde, vinculados ao PET- Saúde Equidade da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). O cenário das atividades desse grupo do programa se desenvolve no Ambulatório Integrado Dirceu Mendes Arcoverde , o maior hospital público do estado,e a unidade concentra casos de alta complexidade, com 15 especialidades realizando em média 800 atendimentos por dia, e um amplo quadro de profissionais. A dinâmica de trabalho compreendia encontros semanais, com tutores, preceptores e alunos do grupo, com duração média de duas horas, em que se realizava atividade de estudos, ensino e pesquisa, discussões sobre o processo de trabalho em saúde, juntamente com articulação de formas de abordagem e planejamento das novas ações a serem desenvolvidas para os trabalhadores, foco da ação. A composição da equipe de trabalho é multidisciplinar, composta por alunos e tutores das áreas da saúde e das ciências sociais, possibilitando, dentro das discussões, uma visão ampliada e multifacetada da realidade apresentada no ambulatório. Resultados: O processo de elaboração de estratégias revelou as dificuldades que enfrentaremos dentro do contexto social estabelecido, mas, além disso, demonstrou a capacidade da colaboração entre acadêmicos e profissionais de diferentes áreas no exercício da equidade de gênero e raça no âmbito do SUS. As metodologias utilizadas serviram como instrumento no aprimoramento do trabalho dos profissionais e da comunidade de saúde levando inovação no serviço, a fim de promover uma adaptação às necessidades particulares dessas comunidades locais. Considerações finais: Percebe-se que a integração ensino-serviço-comunidade pode ser utilizada como um instrumento valioso na promoção social e no exercício da cidadania, tornando- se fundamental na diminuição das problemáticas sociais existentes. A união de conhecimentos diversos não só fortalece as estratégias de equidade, mas também potencializa a capacidade do SUS de responder às variadas necessidades da população. Portanto, a continuidade desse trabalho conjunto é vital para garantir um sistema de saúde mais justo e eficaz, que respeite e atenda às diferenças de gênero e raça.