Apresentação: A exposição ao mercúrio (Hg) está associada à diversos males à saúde como lesões gastrointestinais e problemas neurológicos e diversos fatores podem influenciar a toxicocinética do Hg no organismo, incluindo fatores genéticos. Objetivo: Avaliar se existe associação entre polimorfismos em genes da via metabólica do ácido fólico e os níveis de mercúrio em moradores de comunidades ribeirinhas do Baixo Tapajós. Métodos: Estudo observacional do tipo transversal, descritivo e quantitativo, realizado entre julho e setembro de 2022, com 166 adultos de sete comunidades do rio Tapajós. Foram coletados 10mL de sangue, para a realização da análise dos níveis de Hg e extração de DNA. Foi considerado alta exposição os níveis de Hg superiores a 10?g/L, conforme recomendado pela OMS. A genotipagem dos SNVs rs1801133 677C>T do gene MTHFR e rs2236225 1958G>A do gene MTHFD1 foi realizada através de PCR em tempo real. Foi aplicado o teste Kruskal Wallis para comparar a mediana dos níveis de Hg entre os genótipos de cada polimorfismo. Esta pesquisa tem aprovação do CEP sob o parecer: 5.964.823. Resultados: Dos participantes, 85,5% apresentaram alta exposição e a mediana dos níveis de Hg foi 26,6µg/L. Considerando o SNV rs1801133, o genótipo variante (TT) (34,4%) apresentou a mediana de Hg mais elevada entre os genótipos dos expostos (37,21?g/L) no entanto não houve diferença estatisticamente significativa em relação aos genótipos (c2=3,694; p= 0,158). Quanto ao SNV rs2236225, o genótipo o selvagem GG (58,6%) apresentou mediana dos níveis de Hg mais elevada (29,9?g/L) e foi observada diferença estatisticamente significativa (c2=11,932; p=0,0026). Conclusão: A maior parte dos participantes desse trabalho apresentaram níveis de Hg acima do recomentado pela OMS. Foi observado que os participantes que possuíam a variante genética (AA) do gene MTHFD1 1958G>A apresentaram os menores níveis de Hg quando comparados ao genótipo selvagem.