Apresentação: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. As mudanças no corpo da pessoa afetada pela hanseníase são inerentes à doença e causam profundo impacto na autoimagem do indivíduo, levando esses pacientes a desenvolver sentimentos de medo e rejeição. Além disso precisam enfrentar a exclusão social e, sobretudo estigmatização. O objetivo deste estudo é descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem durante as visitas domiciliares a pacientes com Hanseníase no interior do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de cinco acadêmicos do sétimo período do curso de enfermagem da Universidade Paulista. A experiência ocorreu durante o estágio supervisionado da disciplina de saúde coletiva, no mês de março à abril de 2024, em uma unidade básica de saúde (UBS), localizada no município de Tefé, Amazonas. A vivência se deu por meio de visitas domiciliares aos pacientes com hanseníase. Resultados: A partir das visitas domiciliares, observou-se que os pacientes sentiam-se receosos ao falar sobre sua situação de saúde. Estes destacaram que após o diagnóstico, suas vidas mudaram completamente, os dias passaram a ser envoltos por medo, isolamento e preconceito social. A falta de apoio, a repulsa de alguns membros da família, os estigmas impostos pela comunidade e a escassez de informações contribuíram para desencadear sentimentos de apreensão e dificuldades no enfrentamento e no tratamento da doença. Diante do cenário evidenciado, os acadêmicos realizaram orientações acerca do uso correto das medicações para hanseníase e destacaram o quanto a adesão ao tratamento medicamentoso é necessária para o controle da doença, abordaram também sobre a importância do autocuidado, com ênfase na higiene pessoal e o cuidado com as extremidades dos membros afetados. Ademais, elucidou-se a respeito da necessidade dos pacientes em realizarem com frequência o autoexame para a investigação da presença de novas lesões ou possíveis complicações das lesões já existentes. Outrossim, os estudantes pensaram em estratégias para fortalecer os pacientes no enfrentamento de possíveis discriminações e romper com barreiras que dificultam sua inclusão social e os deixam à margem da sociedade. Mediante isso, as intervençoes planejadas objetivaram empoderar o paciente, a partir da escuta ativa, acolhimento humanizado, assistência holística e difusão de informações. Uma vez que desmistificar estigmas se inicia com a disseminação de conhecimento, torna-se pertinente promover educação em saúde sobre as formas de transmissão e tratamento da doença. Conclusão: Face ao exposto, conclui-se que as visitas domiciliares realizadas aos portadores de hanseníase foram relevantes aos acadêmicos, pois proporcionaram uma vivência única no âmbito assistencial. Os cuidados prestados contribuíram para o processo de aceitação individual, melhoria da autoestima, autoconfiança e no enfrentamento eficaz durante o tratamento do ser humano acometido por essa doença Além disso, a promoção de ações educativas voltadas para comunidade ajudam a minimizar a construção de esterótipos e impedir que os pacientres desistam do tratamento.