Apresentação:
Este trabalho explora a implementação da gestão participativa na saúde indígena dentro de estruturas organizacionais rígidas, com foco em emergências de saúde, regionalização em saúde e experiências bem-sucedidas. O objetivo é relatar uma iniciativa que busca melhorar a resposta a eventos climáticos extremos em
Territórios indígenas, respeitando suas especificidades culturais e sociais. O estudo aborda também as dimensões ético-políticas das relações de trabalho e a saúde do trabalhador no contexto da saúde indígena.
Desenvolvimento do Trabalho:
A experiência descrita ocorreu de forma simultânea, mas não sinérgica, em 13 Distritos Sanitários Especiais Indígenas na Amazônia, onde um projeto resposta à emergências em saúde foi implementado com base na gestão participativa. Esta abordagem incluiu a participação ativa dos membros dos DSEI. em todas as etapas do planejamento, execução e avaliação das ações de saúde. Inicialmente, foram realizadas reuniões com gestão e áreas técnicas, incluindo o controle social, para identificar as principais necessidades de saúde, promovendo um diálogo aberto entre a comunidade e os gestores de saúde.
O método adotado incluiu a sugestão de formação de comitês de emergência locais, compostos por representantes das comunidades, líderes indígenas, profissionais de saúde e gestores. Esses comitês se reuniam periodicamente para discutir questões emergentes, avaliar progressos e planejar novas estratégias, visando melhorar a comunicação e o entendimento mútuo.
Resultados:
A implementação da gestão participativa trouxe diversos benefícios significativos para a resposta a emergência:
A articulação interfederativa, o diálogo interinstitucional ajudou para que os indígenas se sentiram mais valorizados e capacitados para participar das decisões relacionadas à sua saúde, promovendo um senso de pertencimento e responsabilidade compartilhada.
O Respeito às Especificidades Culturais, a incorporação dos conhecimentos tradicionais no planejamento das ações de saúde, aumentou a eficácia das intervenções, mesmo em situações de emergência.
Impacto na Saúde do Trabalhador: Melhoria do ambiente de trabalho colaborativo e inclusivo, promovendo relações interpessoais baseadas no respeito e na valorização das diferenças culturais.
Considerações Finais:
A experiência destacada evidencia que a gestão participativa na saúde indígena é viável e benéfica, mesmo em estruturas organizacionais rígidas. A inclusão das comunidades indígenas no processo de gestão não apenas melhora a qualidade do atendimento, mas também fomenta a equidade e o respeito às especificidades culturais. Esta abordagem requer comprometimento contínuo dos gestores e profissionais de saúde para um diálogo intercultural genuíno. A experiência apresentada serve como exemplo positivo e pode ser replicada em outras regiões, adaptando-se às particularidades de cada contexto.
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