Apresentação: As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais formados historicamente por descendentes de povos escravizados, e que são autodefinidas pela sua relação singular com a cultura e o território que ocupam. A escravidão deixou marcas profundas no país que impactam até hoje, especialmente nas comunidades quilombolas, como a desigualdade socioeconômica, o racismo e a dificuldade do acesso a serviços de saúde devido a localização geográfica dessas comunidades. Nesse contexto, a Estratégia de Saúde da Família desempenha um papel crucial na qualificação e consolidação da atenção básica, para promoção de saúde dessa população e amenização dos impactos históricos e sociais que enfrentam. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo descrever a influência da estratégia de saúde da família na promoção de saúde a comunidades quilombolas no interior da Amazonia. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, abrangendo artigos consultadas nas bases de dados SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), publicados entre 2019 e 2023. Os descritores utilizados na pesquisa foram: “Estratégia de saúde da família na promoção de saúde” “Promoção de saúde a comunidades quilombolas” “quilombolas” e “Atenção básica”. Foram identificados 10 artigos científicos relevantes para o estudo em questão, após uma análise minuciosa, verificou-se que 5 desses artigos eram condizentes com o objetivo proposto.Resultados: Os estudos evidenciaram a relevância da Estratégia de Saúde da Família às comunidades vulneráveis, destacando a comunidade quilombola e os desafios enfrentados na implementação dessa prática em um contexto de desigualdades socioeconômicas, culturais e religiosas. Dessa forma, em 2004 foi criada aPortaria n.º 1.434, de 14/7/2004, uma inciativa de inclusão de equipes de estratégia de saúde da família voltado para as comunidades quilombolas. Essa estratégia permite uma abordagem integral e humanizada, respeitando as suas práticas culturais e tradicionais, integrando-as aos cuidados de saúde oferecidos, fortalecendo assim, os laços comunitários e uma maior adesão aos tratamentos e medidas preventivas. Além disso, surge como uma ferramenta para abordar os diversos determinantes sociais da saúde que influenciam essa população e agir ameninando-os. Trata-se de uma atuação que vai além do tratamento de doenças, inclui ações de promoção, prevenção, atividades educativas e realização de acompanhamentos de grupos específicos como gestantes e crianças, proporcionando cuidados personalizados de acordo com o que a população necessita. Considerações finais:Portanto, apesar de haver uma limitação do acesso a saúde das comunidades quilombolas, a Estratégia de Saúde da Família representa um papel crucial para enfretamento dessas limitações e um passo importante para garantia dos direitos da comunidade quilombola. Reitera-se também que a escassez de literatura sobre o uso de serviços de saúde pela população quilombola é um obstáculo para compreender de maneira plena a realidade vivenciada por essa comunidade.
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