OBJETIVO
Conscientizar sobre a necessidade de alto nível de suspeição de síndromes imunomediadas em pacientes que fazem uso de inibidores de checkpoint.
RELATO DE CASO
Sexo masculino, 67 anos, história prévia de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus não insulinorequerente, dislipidemia e câncer de uretra com metástase pulmonar, comparece ao Hospital Felício Rocho em maio/2023 com quadro de diplopia binocular por paresia incompleta do nervo oculomotor à direita (paresia do músculo reto medial), sem alteração de pupila ou ptose palpebral. Após extensa investigação complementar, detectados níveis de hemoglobina glicada acima do normal, sem outras alterações e, portanto, diagnosticado como neuropatia isquêmica secundária a microangiopatia diabética. Retorna em junho/2023 com quadro progressivo de ptose palpebral bilateral, paralisia facial periférica bilateral, disfagia, disfonia e fraqueza cervical. Durante avaliação da história, relato de infusão de pembrolizumabe (imunobiológico inibidor de checkpoint anti-PD1), para tratamento da neoplasia de uretra, três dias antes do quadro descrito em maio/2023 e dois dias antes da reinternação em junho/2023. O paciente foi encaminhado para unidade de terapia intensiva (UTI), onde evoluiu com insuficiência respiratória e necessidade de intubação orotraqueal. Iniciado tratamento com imunoglobulina humana e corticoterapia associada, durante cinco dias. Investigação complementar detectou anticorpo antiacetilcolina positivo. Tomografia computadorizada de tórax e mediastino afastou a possibilidade de timoma. Assim, a etiologia definida para a miastenia gravis do paciente foi devido efeito adverso do inibidor de checkpoint. O paciente permaneceu internado em UTI por longo período, mas retomou a força muscular de forma gradual, sendo possível alta para enfermaria e posteriormente para casa. À alta hospitalar, paciente deambulava com apoio unilateral, alimentava-se por via oral e não apresentava queixas respiratórias. Iniciado imunossupressão com azatioprina, programação de desmame de prednisona e uso diário de piridostigmina.
CONCLUSÃO
Doenças imunomediadas são frequentes em pacientes que fazem uso de inibidores de checkpoint. Desse modo, deve-se ter alto nível de suspeição de síndromes neurológicas relacionadas a este grupo de medicamentos, com necessidade de intervenção o quanto antes.
A Sociedade Mineira de Neurologia e a Academia Brasileira de Neurologia – Capítulo Minas Gerais promoveram nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023 o 19º Congresso Mineiro de Neurologia. O evento reuniu a comunidade neurológica mineira para transmitir e atualizar conhecimentos.
Além da atualização científica, tivemos a apresentação dos trabalhos que agregaram muito valor e conhecimento ao nosso congresso, tivemos o total de 105 trabalhos aprovados sendo 95 como apresentação pôster e 10 como apresentação oral.
REGULAMENTO PARA SUBMISSÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS NO 19º CONGRESSO MINEIRO DE NEUROLOGIA
Os trabalhos deverão representar uma contribuição ao desenvolvimento da Neurologia. Não serão aceitas compilações, transcrições ou traduções, assim como serão recusadas reproduções ou adaptações de outros trabalhos apresentados em congressos anteriores e trabalhos que traduzam promoção comercial de determinada marca ou empresa. Somente serão selecionados trabalhos que versem sobre temas vinculados a área de pesquisa e desenvolvimento científico da Neurologia e deverão ser apresentados apenas no idioma português.
A relação dos trabalhos aprovados será divulgada na página oficial do 19º Congresso Mineiro de Neurologia. A forma de apresentação no Congresso (E-Pôster ou Oral) será comunicada aos autores dos trabalhos selecionados.
Para submeter os trabalhos é necessário que ao menos um dos autores responsáveis pela submissão do resumo esteja inscrito no evento presencial. Qualquer membro das Comissões Organizadora ou Científica do 19º Congresso Mineiro de Neurologia, inclusive Comissão Julgadora, poderá encaminhar trabalhos, sendo-lhe, todavia, vedadas quaisquer premiações. A Comissão Organizadora, ouvida a Comissão Científica, poderá retirar do evento qualquer trabalho que venha a conturbar o bom andamento do 19º Congresso Mineiro de Neurologia.
Leia o regulamento completo neste link – Regulamento dos Trabalhos Científicos
Comissão Científica:
DR. BRENO FRANCO SILVEIRA FERNANDES
Neurologista do HC-UFMG, Hospital Madre Teresa e Hospital Felício Rocho.
Coordenador do Ambulatório de Neurologia Vascular do HC-UFMG.
DR. DANIEL FAGUNDES
Mestre em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense.
Neurologista pela Santa Casa de BH.
Especialista em Cefaleias e Epilepsias pela Santa Casa de BH.
Preceptor do Ambulatório de Neurologia da Unimontes e da UnifipMoc.
Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Montes Claros.
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Neurologia.
Membro Titular da ABN.
DR. DANIEL MARTINS VILELA
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Neurologia pelo Hospital Felicio Rocho (2014). Pós Graduação em Neurovascular pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurovascular e NeuroIntensivismo.
DR. DRUSUS PEREZ MARQUES
Graduado em medicina pela UFMG
Neurologia no Hospital das Clinicas da UFMG
Presidente da SMNeuro/ ABNeuro-MG
Membro titular da ABNeuro
Membro titular da AMIB
DR. FIDEL CASTRO ALVES DE MEIRA
Neurologista, coordenador do Departamento Científico de Neurossonologia e Presidente do Capítulo Mineiro da Academia Brasileira de Neurologia. Diretor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Risoleta Neves. Neurologista dos hospitais Madre Teresa e Risoleta Neves.
DR. PHILIPE MARQUES DA CUNHA
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Petrópolis-RJ
Residência em neurologia pela Santa Casa Bh
Membro Titular da Academia Brasileira de neurologia
Neurologista do hospital Mater Dei Contorno
Setor de Eventos Científicos da AMMG
Horário de funcionamento:
Segunda à sexta-feira
9h às 18h
Telefone: 31 3247-1619
E-mail: congressoneuromg@ammg.org.br