Aspergilose parasselar em paciente imunocompetente - Relato de Caso

Aspergilose parasselar em paciente imunocompetente - Relato de Caso

• Autor
• Gabriel das Chagas Benevenuto
• Co-autores
• Adriele Debortoli da Silva , Karolina Bortolini Magevski , Victor do Valle Risso , Eugenia Agnes Brito
• Resumo

• Aspergilose parasselar em paciente imunocompetente - Relato de Caso

   

  A aspergilose é uma doença fúngica oportunista causada pelos esporos do Aspergillus sp, que habitualmente afeta o trato respiratório inferior de pacientes imunocomprometidos, tendo evolução sistêmica e rapidamente progressiva. O presente relato  tem objetivo de expor um caso atípico de neuroaspergilose em paciente previamente hígida, visto que o acometimento intracraniano pelo fungo é raro e de difícil diagnóstico e manejo. Foram utilizados dados e registros de imagem pelo serviço que a paciente foi atendida. Paciente feminino, 71 anos, hipertensa, apresentando dor em região temporal esquerda, irradiada para região periorbitária ipsilateral, de início há 4 meses, associada a sinais inflamatórios locais, principalmente edema. Dor descrita como latejante/pulsátil, de forte intensidade, sem melhora com uso de analgésicos. Posteriormente ao início do quadro álgico, evoluiu com turvação visual progressiva à esquerda até a amaurose. Ao exame, foi observado defeito pupilar aferente, redução do reflexo corneopalpebral e amaurose do olho esquerdo. Suspeição inicial de arterite temporal, porém com VHS e PCR normais e resposta transitória a corticoide com retorno da dor. Realizada ressonância magnética de crânio evidenciando lesão expansiva extra-axial parasselar esquerda, envolvendo o tubérculo da sela, com hiperostose associada. A lesão se estende também para o canal óptico correspondente, envolvendo a porção intracanalicular e pré-quiasmática do nervo óptico medindo aproximadamente 17 x 14 mm, com predomínio de sinal hipointenso e impregnação pelo contraste. Associa-se discreto hipersinal na porção correspondente do nervo óptico, com impregnação de contraste perineural. Suspeitou-se de um meningioma, e foi abordada pela equipe da neurocirurgia  com ressecção da lesão intracraniana. Ao exame histopatológico, evidenciado aspergiloma. Paciente então foi tratada com terapia antifúngica prolongada, utilizando-se voriconazol. Evoluiu com melhora discreta dos sintomas visuais e resolução do quadro álgico. Apesar do acometimento neurológico na aspergilose não ser usual, torna-se evidente a necessidade de conhecer suas diferentes manifestações, uma vez que a doença pode evoluir com quadros graves, porém com boa resposta à terapia antifúngica já bem estabelecida na literatura.

   

• Palavras-chave
• Aspergilose, infecção oportunista, neurologia
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Neuroinfecção

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