OBJETIVO: Relatar a neurotoxicidade do tacrolimus como indutor da síndrome de Guillain-Barrè (SGB). CASO: C.T.A., 58 anos, feminino, história prévia de cirrose hepática de provável etiologia NASH/esquistossomótica, internada eletivamente no Hospital Felício Rocho para transplante hepático, realizado em Junho/2023 sem intercorrências. Imunossupressão induzida com metilprednisolona e tacrolimus, o qual foi mantido na dose de 5mg 12/12 horas, além de Prednisona 20mg/dia. 20 dias após o transplante, a paciente evoluiu com tetraparesia flácida ascendente, simétrica, associada à parestesia bilateral, arreflexia, disartria. O quadro evoluiu ao longo de 48 horas, culminando em insuficiência respiratória aguda e necessidade de intubação orotraqueal. Propedêutica liquórica evidenciou dissociação proteíno-citológica e a eletroneuromiografia achados de polineuropatia sensitiva-motora mielínica primária, com leve degeneração axonal, preenchendo critérios para SGB. Assim, iniciado imunoglobulina humana endovenosa (IgIV), por 5 dias. Levantou-se hipótese de quadro associado a resposta inflamatória pós-transplante ou associado ao tacrolimus. Por isso, o mesmo foi suspenso e substituído por ciclosporina. Existem na literatura relatos de polineuropatia induzida por inibidores da calcineurina em transplantados de órgãos sólidos, contudo, a fisiopatologia ainda não é totalmente compreendida. Há uma hipótese de que o tacrolimus poderia induzir um fenômeno inflamatório por efeitos diferenciais em subtipos de células T, o que está diretamente ligado aos altos níveis séricos da droga. O tratamento ideal nesse contexto ainda é desconhecido. Dados disponíveis na literatura sugerem melhora satisfatória da polineuropatia após IgIV e/ou plasmaférese, além da suspensão da droga. No caso em questão, a suspensão do tacrolimus e a realização IgIV possibilitou melhora neurológica importante com condições de extubação nos dias seguintes. CONCLUSÃO: A SGB após transplantes de órgãos é rara, podendo estar relacionado à resposta inflamatória, mas também aos medicamentos imunossupressores. Assim, torna-se importante o alto nível de suspeição em pacientes nesse contexto, uma vez que o subdiagnóstico e atraso do tratamento pode levar à incapacidade grave.
A Sociedade Mineira de Neurologia e a Academia Brasileira de Neurologia – Capítulo Minas Gerais promoveram nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023 o 19º Congresso Mineiro de Neurologia. O evento reuniu a comunidade neurológica mineira para transmitir e atualizar conhecimentos.
Além da atualização científica, tivemos a apresentação dos trabalhos que agregaram muito valor e conhecimento ao nosso congresso, tivemos o total de 105 trabalhos aprovados sendo 95 como apresentação pôster e 10 como apresentação oral.
REGULAMENTO PARA SUBMISSÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS NO 19º CONGRESSO MINEIRO DE NEUROLOGIA
Os trabalhos deverão representar uma contribuição ao desenvolvimento da Neurologia. Não serão aceitas compilações, transcrições ou traduções, assim como serão recusadas reproduções ou adaptações de outros trabalhos apresentados em congressos anteriores e trabalhos que traduzam promoção comercial de determinada marca ou empresa. Somente serão selecionados trabalhos que versem sobre temas vinculados a área de pesquisa e desenvolvimento científico da Neurologia e deverão ser apresentados apenas no idioma português.
A relação dos trabalhos aprovados será divulgada na página oficial do 19º Congresso Mineiro de Neurologia. A forma de apresentação no Congresso (E-Pôster ou Oral) será comunicada aos autores dos trabalhos selecionados.
Para submeter os trabalhos é necessário que ao menos um dos autores responsáveis pela submissão do resumo esteja inscrito no evento presencial. Qualquer membro das Comissões Organizadora ou Científica do 19º Congresso Mineiro de Neurologia, inclusive Comissão Julgadora, poderá encaminhar trabalhos, sendo-lhe, todavia, vedadas quaisquer premiações. A Comissão Organizadora, ouvida a Comissão Científica, poderá retirar do evento qualquer trabalho que venha a conturbar o bom andamento do 19º Congresso Mineiro de Neurologia.
Leia o regulamento completo neste link – Regulamento dos Trabalhos Científicos
Comissão Científica:
DR. BRENO FRANCO SILVEIRA FERNANDES
Neurologista do HC-UFMG, Hospital Madre Teresa e Hospital Felício Rocho.
Coordenador do Ambulatório de Neurologia Vascular do HC-UFMG.
DR. DANIEL FAGUNDES
Mestre em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense.
Neurologista pela Santa Casa de BH.
Especialista em Cefaleias e Epilepsias pela Santa Casa de BH.
Preceptor do Ambulatório de Neurologia da Unimontes e da UnifipMoc.
Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Montes Claros.
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Neurologia.
Membro Titular da ABN.
DR. DANIEL MARTINS VILELA
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Neurologia pelo Hospital Felicio Rocho (2014). Pós Graduação em Neurovascular pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurovascular e NeuroIntensivismo.
DR. DRUSUS PEREZ MARQUES
Graduado em medicina pela UFMG
Neurologia no Hospital das Clinicas da UFMG
Presidente da SMNeuro/ ABNeuro-MG
Membro titular da ABNeuro
Membro titular da AMIB
DR. FIDEL CASTRO ALVES DE MEIRA
Neurologista, coordenador do Departamento Científico de Neurossonologia e Presidente do Capítulo Mineiro da Academia Brasileira de Neurologia. Diretor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Risoleta Neves. Neurologista dos hospitais Madre Teresa e Risoleta Neves.
DR. PHILIPE MARQUES DA CUNHA
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Petrópolis-RJ
Residência em neurologia pela Santa Casa Bh
Membro Titular da Academia Brasileira de neurologia
Neurologista do hospital Mater Dei Contorno
Setor de Eventos Científicos da AMMG
Horário de funcionamento:
Segunda à sexta-feira
9h às 18h
Telefone: 31 3247-1619
E-mail: congressoneuromg@ammg.org.br