Hanseníase é uma doença milenar e que ainda está presente no Brasil. O relato de caso apresentado mostra a importância do médico neurologista de considerar a hanseníase como um diagnóstico diferencial de neuropatias múltiplas.
Apresentamos o caso de uma paciente feminina de 53 anos, natural de Belo Horizonte, sem história de hanseníase na família, com diagnósticos prévios de hipotireoidismo, síndrome de Sjogren e Behçet que motivaram o uso de azatioprina e prednisona. Foi internada em agosto de 2022 com quadro de tetraparesia dolorosa. Foi submetida à eletroneuromiografia que evidenciou padrão miopático proximal sobreposto a mononeuropatia múltipla axonal, com evidente descargas miotônicas e pseudomiotônicas. Foi submetida a um ciclo de ciclofosfamida, em seguida intercorreu com febre, eritema nodoso necrotizante e neutropenia em setembro/2022. Foi submetida à biópsia das lesões dérmicas, que evidenciou infiltrado inflamatório difuso misto, predominantemente histiocitário com esboço de formação de granulomas e presença de BAAR - 10 a 100 bacilos íntegros por campo. Portanto, foi definido diagnósticos de hanseníase Virchowiana com reação tipo 2. Foi suspenso o tratamento imunossupressor e iniciado tratamento para hanseníase em outubro/2022 com esquema PQT-U composto por Rifampicina 600 mg, Dapsona 100 mg e Clofazimina 300 mg. Evoluiu com anemia por Dapsona, que foi substituída por Ofloxacina. O surto reacional foi tratado inicialmente com talidomida e, posteriormente, trocado por Pentoxifilina devido a episódio de tromboembolismo pulmonar em dezembro/2022. Após início de tratamento da hanseníase, paciente não recorreu com úlcera orais e genitais, e melhorou dos sintomas de boca e olhos secos. Nova avaliação reumatológica não mais evidenciou FAN e seus desdobramentos positivos como no passado. Paciente evoluiu com recuperação da força e foi submetida a nova eletroneuromiografia de controle em junho de 2023, na qual houve desaparecimento do padrão miopático e da desnervação ativa em relação ao exame anterior.
Esse caso de hanseníase neural pura manifestando-se como mononeuropatia múltipla com padrão miopático proximal é relevante pois, reforça a necessidade de se considerar hanseníase nos diagnósticos diferenciais, mesmo em grandes centro urbanos e sem história epidemiológica de contato conhecida.
A Sociedade Mineira de Neurologia e a Academia Brasileira de Neurologia – Capítulo Minas Gerais promoveram nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023 o 19º Congresso Mineiro de Neurologia. O evento reuniu a comunidade neurológica mineira para transmitir e atualizar conhecimentos.
Além da atualização científica, tivemos a apresentação dos trabalhos que agregaram muito valor e conhecimento ao nosso congresso, tivemos o total de 105 trabalhos aprovados sendo 95 como apresentação pôster e 10 como apresentação oral.
REGULAMENTO PARA SUBMISSÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS NO 19º CONGRESSO MINEIRO DE NEUROLOGIA
Os trabalhos deverão representar uma contribuição ao desenvolvimento da Neurologia. Não serão aceitas compilações, transcrições ou traduções, assim como serão recusadas reproduções ou adaptações de outros trabalhos apresentados em congressos anteriores e trabalhos que traduzam promoção comercial de determinada marca ou empresa. Somente serão selecionados trabalhos que versem sobre temas vinculados a área de pesquisa e desenvolvimento científico da Neurologia e deverão ser apresentados apenas no idioma português.
A relação dos trabalhos aprovados será divulgada na página oficial do 19º Congresso Mineiro de Neurologia. A forma de apresentação no Congresso (E-Pôster ou Oral) será comunicada aos autores dos trabalhos selecionados.
Para submeter os trabalhos é necessário que ao menos um dos autores responsáveis pela submissão do resumo esteja inscrito no evento presencial. Qualquer membro das Comissões Organizadora ou Científica do 19º Congresso Mineiro de Neurologia, inclusive Comissão Julgadora, poderá encaminhar trabalhos, sendo-lhe, todavia, vedadas quaisquer premiações. A Comissão Organizadora, ouvida a Comissão Científica, poderá retirar do evento qualquer trabalho que venha a conturbar o bom andamento do 19º Congresso Mineiro de Neurologia.
Leia o regulamento completo neste link – Regulamento dos Trabalhos Científicos
Comissão Científica:
DR. BRENO FRANCO SILVEIRA FERNANDES
Neurologista do HC-UFMG, Hospital Madre Teresa e Hospital Felício Rocho.
Coordenador do Ambulatório de Neurologia Vascular do HC-UFMG.
DR. DANIEL FAGUNDES
Mestre em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense.
Neurologista pela Santa Casa de BH.
Especialista em Cefaleias e Epilepsias pela Santa Casa de BH.
Preceptor do Ambulatório de Neurologia da Unimontes e da UnifipMoc.
Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Montes Claros.
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Neurologia.
Membro Titular da ABN.
DR. DANIEL MARTINS VILELA
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Neurologia pelo Hospital Felicio Rocho (2014). Pós Graduação em Neurovascular pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurovascular e NeuroIntensivismo.
DR. DRUSUS PEREZ MARQUES
Graduado em medicina pela UFMG
Neurologia no Hospital das Clinicas da UFMG
Presidente da SMNeuro/ ABNeuro-MG
Membro titular da ABNeuro
Membro titular da AMIB
DR. FIDEL CASTRO ALVES DE MEIRA
Neurologista, coordenador do Departamento Científico de Neurossonologia e Presidente do Capítulo Mineiro da Academia Brasileira de Neurologia. Diretor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Risoleta Neves. Neurologista dos hospitais Madre Teresa e Risoleta Neves.
DR. PHILIPE MARQUES DA CUNHA
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Petrópolis-RJ
Residência em neurologia pela Santa Casa Bh
Membro Titular da Academia Brasileira de neurologia
Neurologista do hospital Mater Dei Contorno
Setor de Eventos Científicos da AMMG
Horário de funcionamento:
Segunda à sexta-feira
9h às 18h
Telefone: 31 3247-1619
E-mail: congressoneuromg@ammg.org.br