Meningite tuberculosa em paciente imunocompetente complicada com hidrocefalia comunicante e isquemia.

  • Autor
  • Sarah Pereira Souto Maia
  • Co-autores
  • Fidel Castro Alves de Meira , Raquel Joane Grando Khouri , Isabela Cristina Gomes Pires , Filipe Caleb Maia , Julia Braga Holliday
  • Resumo
  •  

    Discutir complicações da meningite tuberculosa utilizando como exemplo um caso clínico incomum na prática clínica.

    Paciente 46 anos, sexo masculino, previamente hígido, inicia cefaleia holocraniana, sem outros sintomas, com 15 dias de evolução. Evolui com cefaleia persistente em piora da intensidade associada a febre e confusão mental. Exame neurológico com rebaixamento do sensório, sem sinais focais ou meningismos. Tomografia computadorizada do crânio (TCC) sem anormalidades agudas, anti-HIV não reagente e análise de líquor (LCR) com hipoglicorraquia, hiperproteinorraquia e pleocitose sem predomínio diferencial celular. Iniciado tratamento empírico com Aciclovir, Ceftriaxona, Ampicilina e Dexametasona para provável meningite de etiologia a esclarecer. Paciente sem melhora frente a tratamento empírico. Nova análise de LCR com piora da hipoglicorraquia e da pleocitose com predomínio linfocítico importante e nova TCC com hipodensidade frontobasal e nucleocapsular bilateral, sugestiva de isquemia subaguda, e sinais de hidrocefalia comunicante com hipertensão intracraniana, demandando derivação ventricular. Suspeita-se de meningite tuberculosa e iniciado tratamento empírico. Paciente evolui com melhora progressiva a partir de então. Confirmado diagnóstico de meningite tuberculosa por detecção de teste rápido molecular para tuberculose no LCR com hidrocefalia comunicante e provável complicação isquêmica por vasculite.

    Cerca de 1 a 5% dos casos de tuberculose complicam com acometimento de sistema nervoso central. São 3 as principais formas e frente a contexto clínico-epidemiológico favorável deve-se suspeitar: meningite tuberculosa, tuberculoma e aracnoidite espinal. Infecção pelo HIV é um importante fator de risco principalmente em pacientes com contagem de CD4 <100. O diagnóstico é feito com base em apresentação clínica tipicamente subaguda com cefaleia, febre e rigidez de nuca e fatores de risco epidemiológicos. Análise de LCR comumente evidencia pleocitose linfocítica, hipoglicorraquia e hiperproteinorraquia. Exames para detecção do agente etiológico variam em sensibilidade/especificidade. Em regiões onde é elevada a prevalência de tuberculose, considerar alta suspeição para acometimento neurológico. Não infecção pelo HIV não exclui a suspeita. Há risco de complicações, não infrequentes, em qualquer estágio do tratamento. Tratar com antituberculostáticos, por 9 a 12 meses, sendo indicado o início empírico em caso de alta suspeita clínico-epidemiológica.

  • Palavras-chave
  • meningite, hidrocefalia, vasculite
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Neuroinfecção
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A Sociedade Mineira de Neurologia e a Academia Brasileira de Neurologia – Capítulo Minas Gerais promoveram nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023 o 19º Congresso Mineiro de Neurologia. O evento reuniu a comunidade neurológica mineira para transmitir e atualizar conhecimentos.


Além da atualização científica, tivemos a apresentação dos trabalhos que agregaram muito valor e conhecimento ao nosso congresso, tivemos o total de 105 trabalhos aprovados sendo 95 como apresentação pôster e 10 como apresentação oral.

REGULAMENTO PARA SUBMISSÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS NO 19º CONGRESSO MINEIRO DE NEUROLOGIA


Os trabalhos deverão representar uma contribuição ao desenvolvimento da Neurologia. Não serão aceitas compilações, transcrições ou traduções, assim como serão recusadas reproduções ou adaptações de outros trabalhos apresentados em congressos anteriores e trabalhos que traduzam promoção comercial de determinada marca ou empresa. Somente serão selecionados trabalhos que versem sobre temas vinculados a área de pesquisa e desenvolvimento científico da Neurologia e deverão ser apresentados apenas no idioma português.

A relação dos trabalhos aprovados será divulgada na página oficial do 19º Congresso Mineiro de Neurologia. A forma de apresentação no Congresso (E-Pôster ou Oral) será comunicada aos autores dos trabalhos selecionados.

Para submeter os trabalhos é necessário que ao menos um dos autores responsáveis pela submissão do resumo esteja inscrito no evento presencial. Qualquer membro das Comissões Organizadora ou Científica do 19º Congresso Mineiro de Neurologia, inclusive Comissão Julgadora, poderá encaminhar trabalhos, sendo-lhe, todavia, vedadas quaisquer premiações. A Comissão Organizadora, ouvida a Comissão Científica, poderá retirar do evento qualquer trabalho que venha a conturbar o bom andamento do 19º Congresso Mineiro de Neurologia.

Leia o regulamento completo neste link – Regulamento dos Trabalhos Científicos 

 

  • Cefaléia e dor
  • Transtorno de movimentos
  • Neurologia Cognitiva
  • Neuromuscular e neuropatias periféricas
  • Epilepsia
  • Neuroinfecção
  • Neuro-hospitalismo
  • Neurointensivismo e trauma
  • Neurovascular
  • Doenças desmielinizantes e neurooftalmologia
  • Sono
  • Neurogenética

Comissão Científica:

 

DR. BRENO FRANCO SILVEIRA FERNANDES

Neurologista do HC-UFMG, Hospital Madre Teresa e Hospital Felício Rocho.

Coordenador do Ambulatório de Neurologia Vascular do HC-UFMG.
 

DR. DANIEL FAGUNDES

Mestre em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense.

Neurologista pela Santa Casa de BH.

Especialista em Cefaleias e Epilepsias pela Santa Casa de BH.

Preceptor do Ambulatório de Neurologia da Unimontes e da UnifipMoc.

Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Montes Claros.

Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Neurologia.

Membro Titular da ABN.
 

DR. DANIEL MARTINS VILELA

Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Neurologia pelo Hospital Felicio Rocho (2014). Pós Graduação em Neurovascular pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurovascular e NeuroIntensivismo.
 

DR. DRUSUS PEREZ MARQUES

Graduado em medicina pela UFMG

Neurologia no Hospital das Clinicas da UFMG

Presidente da SMNeuro/ ABNeuro-MG

Membro titular da ABNeuro

Membro titular da AMIB

 

DR. FIDEL CASTRO ALVES DE MEIRA

Neurologista, coordenador do Departamento Científico de Neurossonologia e Presidente do Capítulo Mineiro da Academia Brasileira de Neurologia.  Diretor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Risoleta Neves. Neurologista dos hospitais Madre Teresa e Risoleta Neves.

 

DR. PHILIPE MARQUES DA CUNHA

Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Petrópolis-RJ

Residência em neurologia pela Santa Casa Bh

Membro Titular da Academia Brasileira de neurologia

Neurologista do hospital Mater Dei Contorno
 

 

Setor de Eventos Científicos da AMMG

Horário de funcionamento: 
Segunda à sexta-feira
9h às 18h

Telefone: 31 3247-1619
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