Mielite longitudinalmente extensa associada ao HTLV: uma apresentação atípica

  • Autor
  • Victor Teatini Ribeiro
  • Co-autores
  • Júlia Pio Fernandes Nery , Rafael Elian Álvares , Jeferson Silva Souza , Vivian Proença Lara , Raquel Vassão Araújo
  • Resumo
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    Mielite longitudinalmente extensa associada ao HTLV: uma apresentação atípica

    Objetivo: descrever um caso de apresentação atípica da mielopatia pelo HTLV. Relato de caso: Mulher, 44 anos, admitida no hospital com bexigoma e sepse de foco urinário. Relatou início há 6 meses de disestesia em membros inferiores, dorsalgia, fraqueza em mmii e piora progressiva da marcha, que evoluíra no último mês com retenção urinária. Havia procurado o pronto-atendimento previamente e sido liberada com suspeita de quadro psicogênico. No exame neurológico, apresentava paraparesia (MRC 4-/5 em mmii), com espasticidade, clônus esgotável e Babinski bilaterais; marcha paraparética; hipopalestesia em mmii, sensibilidade tátil de difícil avaliação (em virtude de cicatriz de queimadura extensa, antiga). A ressonância magnética (RM) de crânio foi inalterada; na RM de coluna cervical, torácica e lombossacra não havia alteração de sinal na medula. A sorologia para HTLV (sérica) foi positiva. Descartados sífilis, HIV, hepatites e doenças reumatológicas. O líquor revelou hiperproteinorraquia (101 mg/dL), com pleocitose linfocítica (30 células, 100% linfócitos), sem consumo de glicose. A sorologia para HTLV no líquor foi positiva, fortalecendo a hipótese de paraparesia espástica tropical. A paciente teve recuperação inicial com reabilitação, até que, ainda internada, apresentou piora da força em mmii (MRC 2/5 simétrico), de instalação subaguda (ao longo de 5 dias). Repetiu líquor, com proteína 129 mg/dL, 09 células (100% linfócitos), glicose normal, HTLV positivo. Nova RM de coluna cervical e torácica revelou mielite transversa, com hipersinal em T2/FLAIR, entre os níveis C7 e T9, ausente no exame do mês anterior. Realizada pulsoterapia com metilprednisolona, com boa resposta: à alta, força 4-/5 em mmii. Dosado anti-aquaporina 4 (CBA), não reagente. Conclusão: A mielopatia associada ao HTLV, tipicamente, é crônica, com paraparesia e sintomas esfincterianos que se instalam ao longo de meses, com RM inalterada ou com atrofia medular - compatível com a apresentação inicial da paciente. A evolução subaguda dos déficits, que se seguiu, é exceção na mielopatia pelo HTLV, sendo mais rara ainda a presença de mielite longitudinalmente extensa à RM, com 16 casos relatados na literatura até o momento. Nosso relato busca chamar a atenção para a possibilidade de HTLV como agente causal de mielite longitudinalmente extensa, depois de afastadas causas mais comuns.

     

  • Palavras-chave
  • HTLV, paraparesia espástica tropical, mielite transversa, mielite longitudinalmente extensa
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Neuroinfecção
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A Sociedade Mineira de Neurologia e a Academia Brasileira de Neurologia – Capítulo Minas Gerais promoveram nos dias 28, 29 e 30 de setembro de 2023 o 19º Congresso Mineiro de Neurologia. O evento reuniu a comunidade neurológica mineira para transmitir e atualizar conhecimentos.


Além da atualização científica, tivemos a apresentação dos trabalhos que agregaram muito valor e conhecimento ao nosso congresso, tivemos o total de 105 trabalhos aprovados sendo 95 como apresentação pôster e 10 como apresentação oral.

REGULAMENTO PARA SUBMISSÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS NO 19º CONGRESSO MINEIRO DE NEUROLOGIA


Os trabalhos deverão representar uma contribuição ao desenvolvimento da Neurologia. Não serão aceitas compilações, transcrições ou traduções, assim como serão recusadas reproduções ou adaptações de outros trabalhos apresentados em congressos anteriores e trabalhos que traduzam promoção comercial de determinada marca ou empresa. Somente serão selecionados trabalhos que versem sobre temas vinculados a área de pesquisa e desenvolvimento científico da Neurologia e deverão ser apresentados apenas no idioma português.

A relação dos trabalhos aprovados será divulgada na página oficial do 19º Congresso Mineiro de Neurologia. A forma de apresentação no Congresso (E-Pôster ou Oral) será comunicada aos autores dos trabalhos selecionados.

Para submeter os trabalhos é necessário que ao menos um dos autores responsáveis pela submissão do resumo esteja inscrito no evento presencial. Qualquer membro das Comissões Organizadora ou Científica do 19º Congresso Mineiro de Neurologia, inclusive Comissão Julgadora, poderá encaminhar trabalhos, sendo-lhe, todavia, vedadas quaisquer premiações. A Comissão Organizadora, ouvida a Comissão Científica, poderá retirar do evento qualquer trabalho que venha a conturbar o bom andamento do 19º Congresso Mineiro de Neurologia.

Leia o regulamento completo neste link – Regulamento dos Trabalhos Científicos 

 

  • Cefaléia e dor
  • Transtorno de movimentos
  • Neurologia Cognitiva
  • Neuromuscular e neuropatias periféricas
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  • Neuroinfecção
  • Neuro-hospitalismo
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  • Sono
  • Neurogenética

Comissão Científica:

 

DR. BRENO FRANCO SILVEIRA FERNANDES

Neurologista do HC-UFMG, Hospital Madre Teresa e Hospital Felício Rocho.

Coordenador do Ambulatório de Neurologia Vascular do HC-UFMG.
 

DR. DANIEL FAGUNDES

Mestre em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense.

Neurologista pela Santa Casa de BH.

Especialista em Cefaleias e Epilepsias pela Santa Casa de BH.

Preceptor do Ambulatório de Neurologia da Unimontes e da UnifipMoc.

Coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa de Montes Claros.

Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Neurologia.

Membro Titular da ABN.
 

DR. DANIEL MARTINS VILELA

Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Neurologia pelo Hospital Felicio Rocho (2014). Pós Graduação em Neurovascular pela Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurovascular e NeuroIntensivismo.
 

DR. DRUSUS PEREZ MARQUES

Graduado em medicina pela UFMG

Neurologia no Hospital das Clinicas da UFMG

Presidente da SMNeuro/ ABNeuro-MG

Membro titular da ABNeuro

Membro titular da AMIB

 

DR. FIDEL CASTRO ALVES DE MEIRA

Neurologista, coordenador do Departamento Científico de Neurossonologia e Presidente do Capítulo Mineiro da Academia Brasileira de Neurologia.  Diretor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Risoleta Neves. Neurologista dos hospitais Madre Teresa e Risoleta Neves.

 

DR. PHILIPE MARQUES DA CUNHA

Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Petrópolis-RJ

Residência em neurologia pela Santa Casa Bh

Membro Titular da Academia Brasileira de neurologia

Neurologista do hospital Mater Dei Contorno
 

 

Setor de Eventos Científicos da AMMG

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Segunda à sexta-feira
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