De acordo com Siqueira et al (2024), em cirurgias de grande porte, as infecções-operatórias são uma preocupação importante, podendo aumentar a morbidade, o tempo de internação e os custos hospitalares. Os problemas associados a procedimentos cirúrgicos variam de 3% a 16%, e as mortes podem atingir entre 5% e 10% em nações em desenvolvimento, elevando significativamente os gastos hospitalares, sendo uma preocupação para a saúde pública (Silva, 2023). Para melhorar os resultados clínicos dos pacientes e reduzir a incidência dessas infecções, são necessárias abordagens de prevenção eficazes. As abordagens pré-operatórias, intraoperatórias e pós-operatórias fazem parte das estratégias atuais para reduzir as infecções em cirurgias de grande porte.
Uma cirurgia segura envolve uma série de medidas adotadas pela equipe multidisciplinar para reduzir os riscos de eventos adversos (EA), que podem ocorrer antes, durante e depois das cirurgias, durante o período perioperatório (Mendes et al. , 2020). A enfermagem desempenha um papel crucial na redução de complicações cirúrgicas, com foco na técnica e precisão da instrumentação. Este estudo analisa as intervenções de enfermagem fundamentais para a prevenção de complicações durante o perioperatório, destacando a importância da sistematização do cuidado e da comunicação eficaz entre a equipe multiprofissional. As intervenções de enfermagem são essenciais em todas as fases do perioperatório: pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório. A higiene das mãos, administração de antibióticos e educação do paciente sobre cuidados pós-operatórios são práticas fundamentais para minimizar riscos de infecções do sítio cirúrgico (ISC) e garantir uma recuperação segura e rápida.
Durante o intraoperatório, a manipulação asséptica e o controle rigoroso do tempo cirúrgico são cruciais. Intervenções como a troca adequada de luvas estéreis e antissepsia são essenciais para prevenir infecções durante o procedimento cirúrgico. A presença do enfermeiro durante a cirurgia assegura que as normas de segurança sejam seguidas, contribuindo para a eficácia do procedimento. O controle rigoroso dos materiais na mesa de instrumentação é crucial para evitar eventos adversos, como a retenção de objetos intracavitários. A contagem precisa de compressas, gazes e instrumentos cirúrgicos é recomendada para mitigar esses riscos. A implementação do protocolo de cirurgia segura é fundamental para revisar e confirmar todos os aspectos do procedimento antes de sua realização.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) organiza o cuidado ao paciente cirúrgico em cinco etapas, permitindo a identificação precoce de fatores de risco e a implementação de intervenções específicas para reduzir a incidência de complicações pós-operatórias. A prática da SAEP possibilita ao enfermeiro antecipar as respostas individuais às alterações fisiológicas, garantindo um cuidado mais eficaz. Conclui-se que a enfermagem desempenha um papel fundamental na redução de complicações cirúrgicas, com foco na técnica e precisão da instrumentação. A implementação rigorosa das práticas recomendadas pela SAEP pode resultar em uma diminuição significativa das complicações pós-operatórias. É essencial a atuação precisa e eficaz da equipe de enfermagem para garantir a segurança do paciente e promover uma recuperação bem-sucedida.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do I Congresso Interdisciplinar em Práticas de Enfermagem, um espaço dedicado à troca de saberes, experiências e construção coletiva de conhecimento entre profissionais, docentes, estudantes e pesquisadores da área da saúde, com ênfase especial na Enfermagem.
Este congresso surge da iniciativa das Ligas Acadêmicas do curso de Enfermagem, com o apoio institucional do Centro Universitário de Patos (UNIFIP) e a colaboração de docentes engajados com o fortalecimento da prática interdisciplinar e da formação crítica e humanizada dos futuros profissionais da área da saúde. Com o tema central "Práticas de Enfermagem: Saberes e Experiências que Transformam", o evento propôs um diálogo aberto sobre os desafios contemporâneos do cuidado, da educação em saúde e das políticas públicas que impactam o exercício da Enfermagem.
A publicação destes Anais representa não apenas o registro das atividades desenvolvidas, mas também a valorização da produção acadêmica e do protagonismo estudantil. Cada trabalho aqui apresentado reflete o compromisso com a ciência, com a prática qualificada e com a construção de uma Enfermagem que atua de forma crítica, técnica e ética, promovendo o cuidado centrado nas pessoas e nas comunidades.
Agradecemos a todos e todas que contribuíram para a realização deste evento e esperamos que estas páginas inspirem novas reflexões, estudos e práticas transformadoras no campo da Enfermagem e da saúde.
Denisy Dantas Melquiades Azevedo (PRESIDENTA)
Fernanda da Silva Guedes
Gabriel Leitão de Almeida Araújo
COMISSÃO ORGANIZADORA
Anny Gabrielly Brilhante Martins
Artur Amorim de Medeiros
Ayane Aiara Lauriano de Caldas
Bárbara Dalila dos Santos Teixeira
Brenna Kalyne da Conceição Ferreira
Emmilly da Silva Ferreira
Flávia Maria Medeiros de Azevedo
Gisélly Emanoely Lócio de Sousa
Heloiza Remígio Nascimento
Iza Maria Araújo Lira
Izabel Nina Tavares Bisneta
Jade Costa de Freitas
Jennifer Lorrany Pereira Barbosa
João Batista de Araújo Neto
João Pedro de Sousa Andrade
Júlia Mateus Lima Araujo
Kalyne Dantas Valéria
Kaylane Náthali Medeiros de Oliveira
Luís Pereira de Sousa Filho
Marcelo Alves Martins
Maria Fernanda Gomes dos Santos
Maria Gabriela Cordeiro Pinto Costa
Maria Vitória Vieira Soares
Nicoly Dantas Peronico Ferreira
Rany Ellen Torres de Medeiros
Raylla Duarte Arruda
Rebeca Elza Filgueira Galvão Clemente
Vitória Rodrigues Alves