Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis e está entre as doenças infectocontagiosas mais prevalentes, sendo considerada um agravo na saúde pública e uma emergência mundial com altas taxas de resistência medicamentosa (JÚNIOR, 2020). É uma doença curável e evitável e a maioria dos óbitos ocorrem nas regiões metropolitanas e nas unidades hospitalares. A TB ainda é considerada uma grave patologia de saúde pública mundial que atinge todas as populações. Devido às suas complicações, principalmente quando associada a condições sociais e econômicas precárias, a doença ainda causa muitas mortes (SILVA et al., 2018). A transmissão da tuberculose se dá por meio da fala, do espirro ou da tosse de pessoas com a doença ativa. Através do ar são disseminadas as partículas contendo os bacilos. Em média, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar de 10 a 15 pessoas. A TB se manifesta de várias formas, como, por exemplo, nos pulmões, sendo a forma mais comum e pode se instalar nos gânglios e na pleura, além disto, pode afetar também os ossos e a pele. Um dos principais sintomas é a tosse seca ou produtiva e é recomendado que todo sintomático respiratório (pessoa com tosse por três ou mais semanas) seja investigado para a tuberculose (BRASIL, 2021). Essa pesquisa teve por objetivo analisar o perfil epidemiológico da TB entre os anos de 2010 - 2019 no município de Ji-Paraná. Material e Métodos: estudo descritivo dos casos e óbitos de tuberculose no estado de Rondônia, referente ao período de 2010 – 2019. Para a realização da coleta de dados utilizou -se das informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Para a busca das informações adotou-se dos seguintes descritores: ano, sexo, cor/raça, Causa – CID-BR 10: 005-006 Tuberculose, 005 Tuberculose respiratória, 006 Outras tuberculoses (BRASIL, 2023a; BRASIL, 2023b). Resultados e Discussões: No período de 2010 a 2019 foram registrados um total de 6.929 casos, sendo que destes 4.910 (70,86%) do sexo masculino e 2019 (29,14%) do sexo masculino. Quando analisado a raça foram identificados: parda (4.500); preta (605); indígena (216); amarela (99), branca (1.391); ignorado branco (118) casos. Do total de 6.929 casos no período de estudo, 717 foram diagnosticados como casos positivos para o HIV, sendo 514 (71,68%) do sexo masculino e 203 (21,32%) do sexo feminino. As características sociais da tuberculose afetam principalmente os homens em idade economicamente ativa e com baixa escolaridade, tendo relação direta com a pobreza e a exclusão social e levando ao abandono do tratamento. Estes dados corroboram os apresentados, visto que há um desencadeamento cíclico com o não tratamento ou abandono do mesmo, que incide em mais propagação e aumento da incidência (FONTES et al., 2019; SILVA et al., 2015; JÚNIOR, 2020). A pobreza está frequentemente relacionada ao adoecimento por tuberculose, portanto pessoas com baixa renda têm cada vez mais falta de conhecimento (FONTES et al., 2019). Ao ser avaliado os casos de mortalidade por tuberculose no estado de Rondônia, identificou-se 238 óbitos referente ao período de 2010 – 2019, sendo 167 (70,16%) do sexo masculino e 71 (29,84%) do sexo feminino. Na classificação por raça/cor foi de: branca (64); preta (17); amarela (3); parda (131); indígena (17) e ignorado (6). Sendo que o sexo masculino apresentou maior número de casos, positivos para o HIV e óbitos, dessa forma é possível analisar que os pacientes do sexo masculino abandonam com maior facilidade o tratamento para doença e tem dificuldades em seguir os protocolos de tratamento e acompanhamento, elevando o número de óbitos pela doença. Considerações finais: a situação epidemiológica da tuberculose no estado de Rondônia é um problema de saúde pública preocupante, apresenta um cenário com alto número de novos casos anualmente. Sendo um dos possíveis fatores que contribuem para o crescimento do número de casos seja o abandono do tratamento e por parte da Mycobacterium tuberculosis estar adquirindo resistência aos fármacos, o que pode explicar a alta taxa de novos casos. As taxas analisadas mostraram que 70,86% dos novos casos foram do sexo masculino, e mortalidade de 70,16%, enquanto os casos para pacientes notificados com tuberculose e positivo para HIV do sexo masculino foi de 71,68%. Percebe-se a extrema importância de ações que apoiem a prevenção por meio dos profissionais da saúde que lidam diretamente com a população vulnerável, incentivando a submissão a testes diagnósticos a fim de iniciar o tratamento e interromper a cadeia de transmissão em pessoas portadoras da tuberculose.
Seguem os trabalhos publicados na primeira edição do Congresso de Ciências Farmacêuticas de Rondônia
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Jeferson de Oliveira Salvi
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