A Doença Renal Crônica (DRC) é uma enfermidade progressiva e irreversível que afeta gatos por mais de três meses, comprometendo a estrutura e função dos rins. É comum em felinos idosos, embora possa ocorrer em qualquer idade. Suas causas são multifatoriais, incluindo predisposição genética, doenças urinárias, dietas inadequadas e uso de fármacos nefrotóxicos. Raças como Persa, Abissínio e Siamês são mais predispostas. Fisiopatologicamente, a DRC envolve hiperfiltração, hipertensão glomerular, proteinúria e fibrose renal, com participação de mecanismos inflamatórios e hormonais. Os sinais clínicos incluem poliúria, anorexia, perda de peso, vômitos, úlceras orais e, em estágios avançados, sintomas neurológicos. O diagnóstico é feito por exames laboratoriais e de imagem, com destaque para o SDMA como marcador precoce. O estadiamento IRIS (1 a 4) orienta o tratamento e prognóstico, com subestadiamento baseado em proteinúria e pressão arterial.
Estudos apontam alta prevalência da DRC: cerca de 30% dos gatos acima de 12 anos e mais de 80% dos felinos com mais de 15 anos apresentam a doença. O diagnóstico precoce, aliado ao manejo adequado com base no estadiamento IRIS, tem permitido melhorar a qualidade e a expectativa de vida desses animais.
A DRC é uma enfermidade comum, especialmente em gatos idosos, com impacto sistêmico relevante. Sua detecção precoce e tratamento individualizado são fundamentais para retardar sua progressão e mitigar sintomas, reforçando a importância da medicina veterinária preventiva e do monitoramento contínuo da função renal felina.
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Marcos Moreira
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