Desde sua domesticação, os cães são importantes na vida humana, exercendo funções como cães de trabalho ou de companhia. Apesar disso, os cães podem apresentar desafios para a conservação da biodiversidade, isso porque os cães criados soltos estão suscetíveis a terem encontros com a fauna silvestre, principalmente em áreas rurais ou periurbanas, causando impactos como predação, perseguição, competição, hibridação e transmissão de doenças. Considerando essa relação próxima entre cães e seres humanos, a pesquisa em dimensão humana se torna de suma importância para as estratégias de conservação da biodiversidade. Para que isso ocorra, a educação precisa servir como campo que produz conhecimento ao mesmo tempo em que cria espaços de diálogo na busca por soluções reais, críticas e contextualizadas. Com isso, esse estudo objetivou elaborar estratégias educativas que contribuam para a compreensão da comunidade sobre a problemática abordada e apresentem alternativas de manejo que promovam a coexistência. Esta pesquisa está em desenvolvimento em três áreas do Cerrado: na APA do Limoeiro, em Cumari, GO; no entorno do PE do Pau-Furado, em Uberlândia, MG; e no entorno do PE da Serra de Caldas Novas, em Caldas Novas, GO. A pesquisa conta com três etapas de execução: 1. Diagnóstico com descrição do perfil populacional de cães, forma como são manejados, papéis que cumprem para as famílias e relação comunidade-cão-fauna; 2. Elaboração de estratégias educativas específicas para cada área de estudo e baseadas no diagnóstico e no histórico de trabalhos já realizados na região; 3. Aplicação e avaliação das ações educativas ou encaminhamento das estratégias educativas aos responsáveis. A partir do desenvolvimento do estudo, foi possível levantar a complexidade dos conflitos causados pela convivência entre cães-humanos-fauna silvestre e propor estratégias educativas diferentes, evidenciando que não há uma estratégia única de educação ou gestão que possa ser aplicada em todos os contextos para a resolução desta problemática mesmo em áreas do Cerrado. Reforçando que a etapa de diagnóstico é necessária para que as ações educativas alcancem de fato o objetivo de serem parte da solução da problemática e não uma ação em si que seja utilizada para justificar a tentativa de diálogo na comunidade. Além disso, foi observado a necessidade de manter uma linha de diálogo com os diversos atores envolvidos nestes conflitos, para que as ações e soluções não sejam unilaterais, mas sim que abracem e satisfaçam as demandas e necessidades da comunidade, dos cães e da fauna silvestre.
O 26º Congresso de Biólogos do CRBio-01 (26º ConBio) aconteceu no período de 4 a 6 de dezembro de 2023, com sessões presenciais no Centro Universitário das Américas (FAM), na cidade de São Paulo, que também foram assistidas online pelos participantes inscritos no evento.
O ConBio, realizado a cada dois anos, é promovido pelo Conselho Regional de Biologia - 1ª Região (CRBio-01), autarquia federal de orientação e fiscalização da profissão de Biólogo, com jurisdição nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O tema do 26º ConBio foi “Mudanças Climáticas e Saúde Única”.
O evento recebeu trabalhos científicos nas modalidades “Vídeo” e “Banner”. Os autores que são estudantes de graduação ou de pós-graduação em Ciências Biológicas e submeteram trabalhos na modalidade “Vídeo” concorreram ao Prêmio Bertha Lange de Morretes.
O 26º ConBio também recebeu trabalhos fotográficos que concorram a prêmios no 7º Concurso de Fotografia.
Comissão Organizadora
Conselho Regional de Biologia 1ª Região
Comissão Científica