A incontinência urinária caracteriza-se pela perda involuntária de urina, sendo uma condição crônica e multifatorial, com maior prevalência em mulheres do que em homens. Estima-se uma prevalência de 69% entre as mulheres. Essa condição afeta tanto indivíduos jovens quanto idosos e pode ser causada por comprometimento muscular, gravidez, doenças e obesidade. O tratamento para a incontinência urinária inclui terapias médicas, fisioterapia pélvica, métodos cirúrgicos e mudanças nos hábitos de vida. Este trabalho buscou analisar técnicas de tratamento da incontinência urinária feminina, avaliando sua eficácia e segurança. O estudo consiste em uma revisão de literatura na qual realizou-se uma busca de artigos na base de dados MEDLINE/PubMed, abrangendo o período de 2014 a 2024. Os descritores, conforme o DeCS/MeSH Terms, incluíram: “urinary incontinence”, “female”, “treatment”, ”urologic diseases”. Foram identificados 1856 artigos, dos quais apenas aqueles publicados no idioma inglês ou português e com textos completos, foram considerados. Artigos provenientes de ensaios clínicos, bem como artigos pagos foram excluídos. Portanto, restaram 273 artigos para análise de título e resumo, dos quais 14 foram considerados para o presente estudo. Os artigos encontrados discutem os mais diversos manejos para pacientes que apresentam incontinência urinária (IU). Para aqueles com IU leve a moderado utiliza-se um tratamento mais conservador com mudanças nos hábitos de vida a fim de reduzir os fatores de risco da doença. Opta-se pelo uso de fármacos inibidores seletivos de recaptação de serotonina e norepinefrina, como duloxetina, em pacientes cujos sintomas permaneçam mesmo com as mudanças de hábitos ou que estão à espera do tratamento cirúrgico. Em casos de maior gravidade, o recomendado é a realização de procedimentos cirúrgicos que buscam curar os pacientes e existem 3 principais que são discutidos nos artigos lidos. Urethral bulking é uma técnica endoscópica pouca invasiva, eficaz, segura e de rápida recuperação que consiste no tratamento da deficiência intrínseca do esfíncter ao injetar agentes que expandem o tecido urinário melhorando a resistência da saída uretral e serve para pacientes com IU leve, entretanto apresenta menor eficiência que as demais. O sling uretral (MUS) fornece um suporte sob a uretra em situações de aumento da pressão intra-abdominal, envolvendo a inserção de uma malha sintética de polipropileno através do espaço retropúbico ou forame obturador. O MUS é o método mais estudado, apresentando evidências relevantes quanto à eficácia, perfil de segurança e taxa de cura a longo prazo. A colpossuspensão de Burch não utiliza malhas, pois são realizadas suturas entre a parede anterior da vagina e os ligamentos de Cooper, criando um apoio para uretra. Nesse sentido, apesar de relevante taxa de eficácia a curto prazo (85-90%), a médio prazo demonstrou ser menos efetivo que o MUS (70%). As técnicas e o manejo da IU requerem uma abordagem individualizada, considerando a gravidade da condição, a saúde da paciente e os potenciais riscos associados aos procedimentos. Além disso, avanços como a terapia com células-tronco, biomarcadores, além de novas técnicas minimamente invasivas prometem transformar o tratamento da IU, tornando-o mais eficaz e seguro.
É com imensa satisfação que apresentamos os Anais do 26° Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia, um evento que se consolida como um dos mais importantes encontros científicos da área no Norte do Brasil. Realizado nos dias 27 e 28 de setembro de 2024 na cidade de Santarém, este congresso reuniu profissionais, pesquisadores e especialistas de renome nacional e internacional para discutir temas de grande relevância para a saúde da mulher.
Os trabalhos apresentados e aqui publicados refletem a diversidade de temas e a riqueza de conhecimento científico nas áreas de ginecologia, obstetrícia, reprodução humana, oncologia ginecológica, urgências obstétricas, entre outros. Cada estudo e pesquisa contribui para o avanço da medicina e o aprimoramento das práticas clínicas, visando sempre o melhor cuidado à saúde feminina.
Este espaço acadêmico é, sobretudo, uma oportunidade de promover o intercâmbio de ideias, o debate científico e o fortalecimento da atuação profissional, em um momento em que a ciência e a prática médica caminham juntas para superar os desafios de uma área em constante evolução.
Agradecemos a todos os palestrantes, autores, colaboradores e participantes que, com seu compromisso e dedicação, fizeram deste evento um marco para a ginecologia e obstetrícia na região. Que este material seja fonte de inspiração e conhecimento para os que buscam aprimorar-se e contribuir com a excelência na saúde da mulher.
Comissão Organizadora
26° Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia
Comissão Organizadora
Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia
Comissão Científica