A cistite intersticial é uma condição inflamatória crônica que afeta a bexiga, caracterizada por dor pélvica e frequente necessidade de urinar, sem a presença de infecção bacteriana. Apesar de sua prevalência crescente e impacto significativo na qualidade de vida, a patogênese exata da doença permanece obscura, podendo estar relacionada à condições autoimunes, genéticas ou ambientais. Por isso, o tratamento envolve uma abordagem multimodal, englobando a combinação de várias estratégias terapêuticas para tratar a condição complexa. Este trabalho tem o objetivo de revisar as abordagens terapêuticas atuais para a cistite intersticial, destacando as lacunas no conhecimento e as direções futuras para pesquisa. O estudo consiste em uma revisão de literatura na qual realizou-se uma busca de artigos na base de dados MEDLINE/PubMed, abrangendo o período de 2014 a 2024. Os descritores, conforme o DeCS/MeSH Terms, incluíram: “Interstitial Cystitis”, “bladder”, “treatment”, ”urologic diseases”, “urinary tract”. Foram identificados 234 artigos, dos quais apenas aqueles publicados no idioma inglês ou português e com textos completos, foram considerados. Artigos provenientes de ensaios clínicos, bem como artigos pagos foram excluídos. Portanto, restaram 102 artigos para análise de título e resumo, dos quais 11 foram considerados para o presente estudo. A Cistite Intersticial por se tratar de uma doença de etiologia desconhecida tem como objetivo de tratamento mitigar a dor e ofertar qualidade de vida ao paciente. A abordagem terapêutica envolve a combinação de alterações comportamentais, terapia farmacológica e em casos mais graves, abordagem cirúrgica. A primeira linha de tratamento fundamenta-se no uso de analgésicos, mesmo que em muitos casos não sejam capazes de solucionar o quadro álgico do paciente de modo integral. Alternativas incluem o uso de antidepressivos tricíclicos como a amitriptilina que se mostrou eficaz em doses de 25 a 100mg/dia com melhora da dor e urgência miccional; anti-histamínicos como a cimetidina (400 mg/duas vezes ao dia), reduzindo o processo inflamatório e a sintomatologia da doença. Além da utilização de medicações intravesicais as quais apresentam menor efeito sistêmico e menos efeitos adversos do que formulações orais, podendo-se citar o dimetilsulfóxido com aplicações quinzenais de 50mL na concentração de 50% ou a heparina variando de 10 mil a 40 mil UI ou ainda lidocaína utilizada em associação com heparina ou triancinolona. Em casos mais graves e/ou refratários, procedimentos cirúrgicos como a cistoplastia ou derivação urinária podem ser indicados. A cistite intersticial, com uma etiologia ainda pouco conhecida, requer uma abordagem terapêutica abrangente para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As estratégias incluem analgésicos, antidepressivos tricíclicos e anti-histamínicos, além de medicações intravesicais como dimetilsulfóxido e heparina. Embora essas opções tenham mostrado eficácia, a resposta ao tratamento pode variar, destacando a necessidade de mais pesquisas para entender melhor a doença e desenvolver tratamentos mais eficazes e personalizados.
É com imensa satisfação que apresentamos os Anais do 26° Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia, um evento que se consolida como um dos mais importantes encontros científicos da área no Norte do Brasil. Realizado nos dias 27 e 28 de setembro de 2024 na cidade de Santarém, este congresso reuniu profissionais, pesquisadores e especialistas de renome nacional e internacional para discutir temas de grande relevância para a saúde da mulher.
Os trabalhos apresentados e aqui publicados refletem a diversidade de temas e a riqueza de conhecimento científico nas áreas de ginecologia, obstetrícia, reprodução humana, oncologia ginecológica, urgências obstétricas, entre outros. Cada estudo e pesquisa contribui para o avanço da medicina e o aprimoramento das práticas clínicas, visando sempre o melhor cuidado à saúde feminina.
Este espaço acadêmico é, sobretudo, uma oportunidade de promover o intercâmbio de ideias, o debate científico e o fortalecimento da atuação profissional, em um momento em que a ciência e a prática médica caminham juntas para superar os desafios de uma área em constante evolução.
Agradecemos a todos os palestrantes, autores, colaboradores e participantes que, com seu compromisso e dedicação, fizeram deste evento um marco para a ginecologia e obstetrícia na região. Que este material seja fonte de inspiração e conhecimento para os que buscam aprimorar-se e contribuir com a excelência na saúde da mulher.
Comissão Organizadora
26° Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia
Comissão Organizadora
Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia
Comissão Científica