Mortalidade por câncer do colo do útero no Norte brasileiro: Análise do efeito-período-coorte

  • Autor
  • Isabela Martins Müller
  • Co-autores
  • Ana Luísa Vicente Mendes , Saul Rassy Carneiro
  • Resumo
  •  

    INTRODUÇÃO: O câncer cervical é gerado por infecção persistente de tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV). No Brasil, com exceção de tumores de pele não melanoma, é o 3º câncer mais incidente entre as mulheres, apresentando, na região Norte, a 2ª maior incidência do país, além da maior taxa de mortalidade. OBJETIVOS:  Analisar os efeitos da  idade, período e coorte de nascimento nas taxas de mortalidade por câncer de colo de útero na região Norte do Brasil. MÉTODOS: Foram extraídos dados relacionados à mortalidade por câncer de colo de útero e a população de mulheres residentes na região Norte do Brasil a partir de 20 anos de idade entre os anos de 1982 e 2022 a partir da plataforma DATASUS, via TABNET e por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados das taxas de mortalidade foram jogados no Sistema R, por meio do aplicativo do Rstudio, no qual foi possível montar gráficos e as tabelas que sinalizam a progressão dessas taxas ao longo dos períodos, das coortes e das faixas etárias estudadas.RESULTADOS E CONCLUSÃO:  O estudo mostrou que, em 40 anos, não houve reduções efetivas nessas taxas de mortalidade por câncer de colo de útero na Região Norte. Apesar de haver algumas reduções em certos períodos, como entre os anos de 2002 a 2007, não foram vistas alterações efetivas, mostrando que, nos últimos anos, os índices vêm aumentando cada vez mais, e, que, apesar da mortalidade ser maior nas idades mais avançadas, a taxa nas mulheres mais jovens tem tido uma velocidade de crescimento significativamente maior. Observou-se também, que, a partir da coorte de 1977, houve um risco relativo aumentado, indicando que, mesmo com o passar dos anos e com os avanços nas vacinas e no rastreamento do HPV em mulheres, o risco de morte por essa doença aumentou para 35%. Dentre os períodos estudados, foram notados riscos aumentados, também, durante os anos de 1982 a 1986, sendo 18% maior do que em relação à 1990, e durante os anos de 2002 até 2016, nos quais o risco chegou a ser 12% maior do que em relação à 1990. Dentre as possíveis justificativas, inúmeros estudos indicam que o rastreamento deficitário, sobretudo nos interiores, associado à baixa cobertura vacinal e à escassez de projetos de educação em saúde nesta região, são fatores diretamente associados à alta mortalidade em mulheres em geral, sobretudo as mais velhas, enquanto que o aumento dessas taxas nas mulheres mais jovens pode ser associado, principalmente, ao início cada vez mais precoce da vida sexual em meninas da região. Dessa forma, o estudo foi essencial para identificar a progressão da mortalidade por câncer cervical na Região Norte em relação às diferentes idades,  períodos e  coortes, mostrando que essa região se confirma com alto risco de morte pela doença analisada, em mulheres mais jovens, mas, sobretudo nas mulheres mais velhas, que encaram taxas alarmantes. 

  • Palavras-chave
  • Câncer de colo de útero, Mortalidade, Região Norte.
  • Área Temática
  • Ciência básica e translacional;
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É com imensa satisfação que apresentamos os Anais do 26° Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia, um evento que se consolida como um dos mais importantes encontros científicos da área no Norte do Brasil. Realizado nos dias 27 e 28 de setembro de 2024 na cidade de Santarém, este congresso reuniu profissionais, pesquisadores e especialistas de renome nacional e internacional para discutir temas de grande relevância para a saúde da mulher.

Os trabalhos apresentados e aqui publicados refletem a diversidade de temas e a riqueza de conhecimento científico nas áreas de ginecologia, obstetrícia, reprodução humana, oncologia ginecológica, urgências obstétricas, entre outros. Cada estudo e pesquisa contribui para o avanço da medicina e o aprimoramento das práticas clínicas, visando sempre o melhor cuidado à saúde feminina.

Este espaço acadêmico é, sobretudo, uma oportunidade de promover o intercâmbio de ideias, o debate científico e o fortalecimento da atuação profissional, em um momento em que a ciência e a prática médica caminham juntas para superar os desafios de uma área em constante evolução.

Agradecemos a todos os palestrantes, autores, colaboradores e participantes que, com seu compromisso e dedicação, fizeram deste evento um marco para a ginecologia e obstetrícia na região. Que este material seja fonte de inspiração e conhecimento para os que buscam aprimorar-se e contribuir com a excelência na saúde da mulher.

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