O Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965, apontara para uma nova eclesiologia: a Igreja como povo de Deus. Como disse o teólogo José Comblin (2002), o Vaticano II lembrou a Igreja que ela é povo de Deus. Ao se distanciar da eclesiologia anterior, fundamentada no Concílio de Trento (1545-1563), que fora estabelecida no conceito de societas perfecta, o Vaticano II abriu brechas para que na Igreja do Brasil fosse possível utilizar novos modelos de eclesiologias através das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e da valorização da participação dos leigos, por exemplo. Deste modo, sendo Dom José Maria Pires (1965-1994), um dos bispos a atuar neste Concílio, onde pode acompanhar de perto os debates das quatros sessões ocorridas, não mediu esforços para que na Igreja local para onde foi transferido três meses após o termino do Concílio, a Arquidiocese da Paraíba (região metropolitana da grande João Pessoa/PB), o aggiornamento proposto pelo Vaticano II se tornasse uma realidade nesta Igreja particular. Esta adaptação em acordo com os novos tempos, como disse o próprio Dom José, “projetou uma imagem de Igreja dentro do mundo, servidora do mundo, comprometida com ele” (PIRES, 2005, p. 213). Neste sentido, levando em conta essas perspectivas apontadas, a presente comunicação tem por premissa apresentar a recepção do Concílio Vaticano II na Arquidiocese da Paraíba a partir da atuação pastoral de Dom José Maria Pires, bem como através das instituições sociais e eclesiásticas por ele criadas. Para isso, serão utilizadas como fonte de análises suas cartas pastorais, seus pronunciamentos, livros de sua autoria e textos jornalísticos impressos.
CONSELHO CIENTÍFICO
André Gustavo Di Fiore
Felipe Cosme Damião Sobrinho
Ney de Souza
Renato Arnellas Coelho
Reuberson Ferreira