Os apelos bíblicos para a unidade, são imperativos que desafiam constantemente as Igrejas e todos os cristãos. A clássica expressão na oração de Jesus condiciona a vivência eclesial a unidade dos apóstolos: “a fim de que todos sejam um. Como tu, ó Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17). A vocação pela unidade, a abertura ao outro e o alargamento de horizontes e o estímulo a uma mentalidade aberta e plural são, acima de tudo, a primazia da fé em relação à lei. Desta forma, reafirmamos que “não há judeu, nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gálatas 3). A visão mais aprofundada sobre o ecumenismo revela que ele possui uma tríplice dimensão: a unidade cristã, a partir do reconhecimento do escândalo histórico das divisões e de uma preocupação em construir perspectivas missionárias ecumênicas; a promoção da vida, firmada nos ideais utópicos de uma sociedade justa e solidária e na compreensão que eles podem reger a organização da sociedade integrando todos os de “boa vontade”; e o diálogo inter-religioso, na busca incessante da superação dos conflitos entre as religiões, da paz e da comunhão universal dos povos.
Portanto, ainda que alguns grupos religiosos e estudiosos da religião façam uma diferença entre ecumenismo e diálogo inter-religioso, nossa compreensão de ecumenismo é ampla e inclui, não somente a unidade das igrejas cristãs, que é elemento importantíssimo, motivador e determinante do princípio ecumênico, mas também todos os esforços de promoção da vida e da justiça e as aproximações de diferentes pessoas e grupos de religiões distintas. O ecumenismo, como se sabe, é uma das grandes realidades do século XXI.
CONSELHO CIENTÍFICO
André Gustavo Di Fiore
Felipe Cosme Damião Sobrinho
Ney de Souza
Renato Arnellas Coelho
Reuberson Ferreira