O Concílio Vaticano II (1962-1965), maior evento de renovação eclesial do século XX, abrindo perspectivas para o aggionamento e o diálogo traz uma grande mudança nas relações entre o catolicismo e o mundo contemporâneo. Esse processo de mudança coloca a Igreja Católica num caminho de partida, onde a consciência eclesial como Povo de Deus passa estabelecer um novo modo de ser e agir.
A celebração do Concílio em quatro sessões indica o caminho corajoso que tanto João XXIII como Paulo VI, unidos aos padres conciliares, teólogos e observadores desejam para a Igreja, uma Igreja em saída missionária, consciente de seu serviço à humanidade. As constituições Lumen Gentium e Gaudium et Spes, assim como os demais textos ampliam essa concepção e colocam a renovação como uma urgência. Isso se torna ainda mais claro com a instituição do Sínodo dos Bispos como organismo permanente em 1965.
O grande desafio de um concílio além da preparação e celebração é a recepção. Dada a magnitude do Vaticano II, sua vivência exige uma fidelidade ao pensamento e um estudo profundo de toda a obra. As perspectivas teológicas presentes na aula conciliar continuam a interferir no processo de recepção do Concílio como apontam pesquisadores (Alberigo, O'Malley, Faggioli, Josaphat), assim como na concepção de Igreja Sinodal que ainda não foi totalmente assumida.
O objetivo da comunicação consiste em contribuir com a urgência de uma Igreja Sinodal, onde o caminhar juntos exige uma nova conpreensão das vocações, ministérios e serviços, expressando com vivacidade a definição conciliar da Igreja como Povo de Deus. O magistério do Papa Francisco, principalmente a exortação Evangelii Gaudium e a encíclica Fratelli Tutti, ajudam a compreender o caminho irrenunciável do Vaticano II para a vitalidade da própria Igreja e sua fidelidade ao Evangelho, fazendo-nos revisitar as fontes e, ao mesmo tempo, ressignificar o modelo de autoridade e poder do agir eclesial.
CONSELHO CIENTÍFICO
André Gustavo Di Fiore
Felipe Cosme Damião Sobrinho
Ney de Souza
Renato Arnellas Coelho
Reuberson Ferreira