O papel da expatriação na internacionalização de empresas está relacionado com a implementação das estratégias da organização, gestão de conhecimento e recursos internacionais. O Brasil está entre um dos principais países de destino dos expatriados, porém, ainda não foi estudado extensivamente. A relevância teórica deste estudo se dá devido, não somente, a escassez de estudos contemplando a distância cultural, mas também sobre a percepção de profissionais expatriados e a assimetria existente entre elas. Como método, utilizou-se da pesquisa qualitativa, apoiando-se na técnica de análise de conteúdo e na triangulação de dados. Foram utilizadas as percepções de dez expatriados distribuídos entre Argentina, França e Panamá. As percepções foram mensuradas através de dimensões da cultura nacional desenvolvidas por Hofstede, Hofstede e Minkov (2010). A análise das percepções dos expatriados foi correlacionada com os dados dos autores das dimensões e depois entre si, visando mensurar a assimetria entre elas. A relação de distância entre os países fora predominantemente assimétrica. Conclui-se que a percepção dos expatriados foi influenciada por suas experiências anteriores, seu local de origem e contexto que estava inserido no país anfitrião. No caso dos expatriados para o Brasil, as implicações regionais influenciaram também a percepção, sendo assim, não se deve considerar o Brasil como uma única cultura, mas como um país multicultural. Por fim, a pesquisa inicialmente se desenvolveu com foco na relação do expatriado com a organização no país anfitrião. Porém, o aspecto social se apresentou mais relevante, pois a experiência vivida pelos expatriados vai muito além da experiência profissional.