O teletrabalho trata de um arranjo de trabalho cada vez mais difundido no setor público, e sua implementação nas organizações foi acelerada pela pandemia da Covid-19. O desenvolvimento de pesquisas para compreender os principais desafios, benefícios e percepções acerca do trabalho remoto torna-se necessário para investigar a efetivação dessa modalidade nas organizações públicas. Há uma lacuna na literatura no que se refere à relação entre liderança, práticas de gestão de pessoas (GP) e qualidade de vida no teletrabalho (QVTe), e entender como os distintos estilos de liderança e práticas de GP impactam a QVTe na nova conjuntura é imprescindível. Dessa forma, o principal objetivo deste estudo é verificar qual modelo de liderança é o melhor preditor das práticas de GP e da QVTe, bem como identificar as principais dificuldades encontradas pelos servidores no trabalho virtual, e as sugestões para saná-las. O estudo é descritivo e explicativo, de natureza quantitativa, sendo a amostra composta por servidores públicos que atuam ou atuaram no teletrabalho. Os resultados comprovaram a liderança focada em pessoas como melhor preditora de práticas de GP, assim como para um dos fatores de QVTe, o contexto do teletrabalho. Este estudo contribui para a literatura ao pesquisar a relação ainda inexplorada entre as três variáveis e traz insights para os gestores públicos, no sentido de proporcionar maior qualidade de vida no teletrabalho, a partir de uma liderança mais humana.