A mobilidade geográfica é uma realidade constante na vida humana desde as grandes navegações do século XVI. Mais recentemente, a busca pela expansão de mercados internacionais por parte de empresas de diferentes setores e o avanço das tecnologias de informação e de comunicação têm ampliado a perspectiva de mercado de trabalho, dando-lhe uma dimensão global, que passa a requerer diferentes competências profissionais, e a competência intercultural tem sido uma das mais importantes. A partir deste movimento algumas instituições de ensino superior têm impulsionado cada vez mais a mobilidade internacional acadêmica como uma forma de se internacionalizarem e também para incentivar o desenvolvimento de competências interculturais. Os indivíduos têm buscado por conta própria a experiência internacional (acadêmica ou profissional) como forma de melhor se preparar para o mercado de trabalho. Diante desse contexto, o objetivo da pesquisa é analisar qual é o papel da mobilidade internacional voluntária – acadêmica e ou a trabalho – para o desenvolvimento de competências interculturais. A abordagem da pesquisa é qualitativa, do tipo descritiva, com coleta de dados feita por meio de entrevistas semiestruturadas com nove indivíduos que vivenciaram a experiência da mobilidade internacional. Após a análise de conteúdo, verificou-se a relevância que a experiência de viver em uma cultura nacional diferente tem no desenvolvimento pessoal e profissional de um indivíduo, contribuindo para o desenvolvimento de diferentes elementos das competências interculturais. Ademais destaca-se o apoio das instituições intermediadoras e de apoio no processo desde a emissão dos estudantes até o regresso.