O objetivo deste trabalho é analisar parte da cadeia da Logística Reversa de medicamentos vencidos ou em desuso no Distrito Federal (DF), a saber, o descarte por parte dos usuários e o recebimento por parte das farmácias e drogarias. Quanto ao método, essa é uma pesquisa de caráter aplicado, cujo quadro metodológico caracteriza-se como descritivo-exploratório, e foram coletados dados primários e secundários utilizando uma abordagem mista (quanti-quali). Os dados primários foram obtidos por meio de dois instrumentos de pesquisa: questionário e entrevista semiestruturada, já as informações secundárias foram coletadas por meio da revisão de literatura. A aplicação do questionário resultou em 158 respostas de moradores do Distrito Federal e 65 empresas (farmácias e drogarias) foram entrevistadas. O resultado da pesquisa com os moradores do DF aponta que a maior parte da população descarta seus medicamentos de forma incorreta, seja no lixo comum, ou no esgoto; acredita que há outros meios corretos de descarte além das farmácias (como esgoto e lixo comum) ou afirma que não sabe a forma correta de descarte; e que nunca receberam informação sobre o descarte correto de medicamentos nas drogarias. Por outro lado, os moradores que tentaram entregar os medicamentos nas farmácias, não tiveram dificuldade. Já o resultado da pesquisa com as drogarias do Distrito Federal traz que a grande maioria delas recebe medicamentos vencidos ou em desuso; que os recipientes para dispensação não ficam à disposição dos clientes, mas que há recipientes para o armazenamento primário dentro das próprias farmácias e; que divulgam informações sobre o descarte correto dos medicamentos. Assim conclui-se que o principal problema está no primeiro elo da cadeia, ou seja, nos consumidores que não descartam os resíduos de forma correta, uma vez que o elo seguinte da cadeia, as farmácias e drogarias, não estão apresentando resistência ao receber os medicamentos, ou seja, estão em conformidade com a sua responsabilidade legal. Também, é importante chamar atenção para um ponto de fragilidade que é a educação, uma vez que ficou clara a falta de informação para os consumidores. Diante disso, sugere-se que sejam desenvolvidas políticas de educação e conscientização sobre a importância do descarte correto de medicamentos, abrangendo todos os elos da cadeia.
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