O processo de reestruturação produtiva sempre fez parte da dinâmica do modo de produção capitalista, uma vez que é necessário reestruturar o modo de produzir com o objetivo de retomar níveis de rentabilidade e lucro. A atual dinâmica do capitalismo contemporâneo e os rebatimentos da crise atual do sistema tem dimanado o surgimento de novos modelos de negócios, dentre os quais destacam-se, na sociedade contemporânea, o modelo de plataformas digitais de trabalho. As plataformas digitais de trabalho, seguindo premissas mais enxutas de organização e uma lógica neoliberal, expandem-se para além dos espaços supranacionais atingindo proporções bastante significativas no mercado sob o discurso de flexibilidade e autogerenciamento. Operando sob a batuta dos efeitos de rede e da datificação, as plataformas tem ganhado importância e alterado a dinâmica dos negócios e do mercado de trabalho. É por considerar isto, que esse artigo analisou o fenômeno da plataformização como um modelo de negócio fruto da crise estrutural do sistema e em evidência no capitalismo contemporâneo. Buscou também compreender melhor o que são as plataformas digitais de trabalho, bem como o que é o gerenciamento algorítmico para o sucesso destas e para o disciplinamento e sujeição os trabalhadores-parceiros. A partir de uma metodologia teórico-bibliográfica de caráter qualitativa, chegou-se à conclusão de que as plataformas digitais se configuram como modelos de negócios cujos pilares principais são os algoritmos que engendram nova forma de gerenciar o trabalho e os efeitos de redes que permitem a disseminação desse modelo de negócio na economia. Sobretudo, representam novos laboratórios de uso e gerenciamento de uma força de trabalho sobrante no capitalismo contemporâneo.