Este artigo analisa a heterogeneidade do desempenho organizacional das operadoras de autogestão em saúde no Brasil, uma modalidade do Sistema Suplementar de Saúde que vem sofrendo redução de beneficiários desde 2015. A pesquisa utiliza abordagem descritiva com métodos quantitativos e qualitativos. A parte quantitativa utiliza dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de 2021, enquanto a parte qualitativa entrevista seis gestores das operadoras. Os resultados indicam que a idade média da população do plano e a abrangência territorial influenciam as despesas administrativas e assistenciais por beneficiário. Quanto maior a idade média e a abrangência territorial, maiores são as despesas. No entanto, a variável "porte" afeta as despesas em formato de "U", indicando um ponto ótimo de escala. O estudo também revela a tendência das operadoras em investir em redes próprias para reduzir as despesas totais. A pesquisa qualitativa destaca a necessidade de controles para o desempenho financeiro e a influência da governança, questões trabalhistas e judiciais na sustentabilidade financeira das operadoras. Recomenda-se para estudos futuros que ampliem o período analisado e incluam diferentes modelos de operadoras para uma compreensão mais aprofundada do desempenho organizacional na autogestão em saúde.
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