A corrupção e suas consequências é um fenômeno estudado por muitos pesquisadores, com o intuito de descobrir quais os efeitos ela provoca nos âmbitos: social, empresarial, político e na economia de um país. No decorrer dos estudos sobre o assunto, como o de Leff (1964) e Myrdal (1968), surgiram duas teorias: a Teoria da Graxa Sobre Rodas e a Teoria da Areia Sobre Rodas. A primeira defende que, em cenários institucionais frágeis, a corrupção tende a ser algo positivo dentro da sociedade, uma vez que ajuda a passar pela intensa burocracia e dificuldade que as empresas têm de inserirem-se e manterem-se no mercado. Por outro lado, a Teoria da Areia Sobre Rodas defende que a corrupção é prejudicial em qualquer circunstância, principalmente em países onde o governo é ineficiente, fazendo com que a situação do país fique ainda pior. Trata-se de um estudo quantitativo, com coleta de informações contábeis de 8 empresas de capital aberto brasileiras do setor de consumo não-cíclico na Plataforma Economatica, no período de 2007 a 2022. Dessa forma, é feita uma análise setorial das empresas que cometeram algum crime de corrupção, a fim de verificar se práticas de corrupção nas empresas analisadas tiveram resultados condizentes em relação às teorias da Graxa e Areia Sobre Rodas. As variáveis utilizadas para análise foram o risco, retorno e liquidez das ações. Os resultados foram inconclusivos, uma vez que a maioria das empresas da amostra não apresentou variação no resultado dos cálculos estatísticos aplicados, porém analisando isoladamente, os resultados da variável retorno analisada condizem com a Teoria da Graxa Sobre Rodas.
Comissão Organizadora
Comissão Científica