Este artigo apresenta uma proposta de um processo típico de planejamento estratégico, que pode ser aplicado nas mais diferentes organizações de saúde, independente do porte ou setor. As ferramentas aqui apresentadas ao longo das etapas, permitem uma análise aprofundada do ambiente ao qual a organização está inserida e o passo a passo descrito é um guia a ser usado pelos gestores responsáveis pela condução do planejamento estratégico em suas organizações, que se beneficiarão da explanação teórica, citações e alguns exemplos de produtos gerados. Um dos grandes desafios na etapa do diagnóstico é traduzir de forma simplificada o ambiente empresarial normalmente complexo; já na fase de definir uma diretriz norteadora, a grande tentação é se esquivar das escolhas necessárias, por mais difíceis que sejam, e como consequência, ter uma má estratégia ao final do processo. Os recursos em uma organização são finitos (financeiros, humanos e materiais), por isso fazer boas escolhas – muitas vezes duras – tornam-se chave no processo. Um dos grandes erros é priorizar um número grande de projetos estratégicos e, com um portfólio inchado, perde-se o foco e o alinhamento em relação a diretriz norteadora. Entretanto, este é o primeiro marco a ser atingido. Sem o acompanhamento estruturado e sistemático dos indicadores (regados a boas análises e planos de ação consistentes para correção da rota traçada) e projetos estratégicos, a organização ou não sai do lugar, ou segue para o destino incorreto. As pesquisas apontam que as taxas de não implementação da estratégia variam muito entre elas e costumam ser altas (entre 50% a 90%) e essas estatísticas costumam ser alvo de críticas por carecer de rigor científico; entretanto, são muitos os motivos levantados nessas pesquisas, que passam por comunicação ineficaz da estratégia, agilidade insuficiente da organização, barreiras culturais, despreparo da liderança, falhas no acompanhamento da execução e má estratégia em si – dentre outras razões mais. A literatura mostra que, infelizmente, é fácil perder o foco e cair nas inúmeras armadilhas que levam as organizações a fazerem parte dessa estatística.
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