A Síndrome de Burnout, caracterizada pela exposição contínua excesso de demandas de trabalho, acomete diferentes trabalhadores, sobretudo os que atuam na área da saúde, a exemplo dos médicos veterinários. Este artigo analisa a prevalência da síndrome de Burnout em veterinários que atuam na cidade de Boa Vista, Roraima, considerando características sociodemográficas. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva e testes de comparação (Mann Whitney e Kruskal-Wallis). Os resultados indicam prevalência de níveis elevados de exaustão emocional (EE, n=57, 72%), níveis baixos de realização pessoal (RP, n=52, 66%) e níveis elevados e baixos, na mesma proporção para a despersonalização (DE, n=30, 38% cada). Do ponto de vista teórico-conceitual, a pesquisa revela diferenças nos níveis de Burnout relacionadas: ao gênero e estado civil (EE/RP); filhos (DE/RP); faixa etária (RP, 18-25 anos — 34-41 anos; 18-25 anos— 50 anos ou +), tempo de profissão (RP, 3 anos — 5 anos; 3 anos — 4 anos) e carga horária semanal (EE, 25h — 36-45h), aspectos pouco explorados na literatura. Numa perspectiva pragmática, a exaustão pode levar a diminuição da capacidade de lidar com as demandas da profissão, potencializando a incidência de erros no diagnóstico e tratamento dos animais; quando os veterinários experimentam uma baixa realização pessoal, podem sentir-se desmotivados e desestimulados a buscar aperfeiçoamentos em sua prática que, a longo prazo, pode prejudicar a reputação da profissão; a despersonalização pode resultar em interações menos empáticas e mais mecânicas com pacientes e clientes.